O SIGNIFICADO HISTÓRICO DE PRÁTICAS EDUCATIVAS: UM MOVIMENTO QUE VAI DO CLÁSSICO AO CONTEMPORÂNEO
Palavras-chave:
Práticas educativas, Significado histórico, EducaçãoResumo
O objetivo do texto é apresentar reflexões teóricas que ajudem a esclarecer o processo de constituição das práticas educativas como fenômeno histórico. A análise assenta-se na assertiva teórica de que todo fenômeno tem uma história e, portanto, a compreensão do fenômeno práticas educativas envolve recuperar sua história, o que significa voltar à sua gênese. A pesquisa bibliográfica foi parte constitutiva do percurso de realização de tese de doutoramento que tinha como objetivo investigar as mediações constitutivas de práticas educativas bem-sucedidas. A pesquisa bibliográfica partiu de referenciais teóricos que esclareceram sobre a constituição desse fenômeno desde a educação clássica à educação contemporânea. Dentre elas foram consultadas Rousseau (1999), Dewey (1979), Espinosa (2008; 2007), Freire (2011; 2005), Jaeger (2010), Saviani (1997; 2007); Cambi (1999), Morin (2009; 2003), dentre outros. A investigação apontou como resultados que o significado que hoje se atribui às práticas educativas certamente carrega as marcas do tempo atual, das ações humanas atuais, mas contém também vestígios do passado, tendo em vista que a existência de nova realidade não significa o desaparecimento da anterior, mas a sua transformação. Destarte, a pesquisa evidencia que não se pode esquecer que as práticas educativas aparecem como problemática profundamente inserida nos contextos em que surgem e se desenvolvem, expressando os movimentos contraditórios que emergem do processo de lutas e interesses, muitas vezes, antagônicos. Portanto, não faz nenhum sentido analisá-las abstratamente, pois se trata de uma dimensão da vida humana que, como tal, se transforma historicamente, acompanhando-se e articulando-se às transformações do modo como esses homens produzem sua existência.
Downloads
Referências
ARANHA, M. L. de A. Filosofia da educação. São Paulo: Moderna, 2006.
CAMBI, F. História da educação. São Paulo: Ed. UNESP (FEU), 1999.
COSTA-PINTO, A. B.; RODRIGUES, L. Reflexões sobre a educação em Espinosa: a experiência do encontro como segundo nascimento. Filosofia e Educação, Campinas, v. 5, n. 1, p. 111-129, abr./set. 2013. Disponível em: <https://www.fe.unicamp.br/revistas/ged/index.php/rfe/article/view/4390/3836>. Acesso em: 12 jun. 2013.
DUARTE, N. Vigotski e o “aprender a aprender”: crítica às apropriações neoliberais e pós-modernas da teoria vigotskiana. Campinas, SP: Autores Associados, 2004.
DEWEY, J. Democracia e educação: introdução à filosofia da educação. 4. ed. Tradução de Godofredo Rangel; Anísio Teixeira. São Paulo: Nacional, 1979.
ESPINOSA, B. de. Ética. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 39. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
JAEGER, W. Paideia: a formação do homem grego. São Paulo: WMF; Martins Fontes, 2010.
LEONTIEV, A. O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa, PT: Horizonte Universitário, 1978.
LIBÂNEO, J. C. Adeus professor, adeus professora?: novas exigências educacionais a profissão docente. São Paulo: Cortez, 2009.
MANACORDA, M. A. Marx e a Pedagogia moderna. Campinas, SP: Alínea, 2010.
MERÇON, J. O desejo como essência da educação. Filosofia e Educação, Campinas, v. 5, n. 1, p. 25- 51,abr./set. 2013. Disponível em <https://www.fe.unicamp.br/revistas/ged/rfe/article/ view/3630/3812>. Acesso em: 23 out.2013.
MORIN, E. Educar na era planetária: o pensamento complexo como método de aprendizagem pelo erro e incerteza humana. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2003.
______. A cabeça bem feita: repensar a reforma e reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,2009.
______. O conhecimento do conhecimento. Porto Alegre: Sulina, 2008.
ROUSSEAU, J.-J. Emilio, ou da educação. São Paulo: Martins fontes, 1999.
SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. Campinas, São Paulo: Autores Associados, 1997.
______. Trabalho e educação: fundamentos ontológicos e históricos. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 12, n. 34, p. 152-165, abr. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v12n34/a12v1234.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2013.