SONS E IDEAIS PELA DEMOCRATIZAÇÃO DO ENSINO DE MÚSICA: VILLALOBOS NO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DO RIO DE JANEIRO
DOI:
https://doi.org/10.26694/les.v0i41.8751Palavras-chave:
Villa-Lobos, Manifesto da Educação Nova, Educação Musical, Canto OrfeônicoResumo
Este estudo tem como horizonte as articulações políticas e pedagógicas do maestro Heitor VillaLobos com três signatários do Manifesto da Educação Nova (1932), no âmbito do Instituto de Educação do Rio de Janeiro; a saber, os intelectuais: Anísio Teixeira, Afrânio Peixoto e Fernando de Azevedo. Mobilizadas pelo conceito de documento/monumento de Le Goff (2010), as diferentes fontes do trabalho abarcam partituras, correspondências, escritas autobiográficas, manuais didáticos, relatórios e periódicos, além de duas entrevistas com ex-alunas da instituição no período em questão. Os documentos foram selecionados principalmente no Centro de Memória da Educação Brasileira, sediado no Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro. Como resultado dos contrapontos entre as propostas de Villa-Lobos e dos signatários, entendem-se as proximidades dos ideais. Porém, ao se tratar do Instituto, percebe-se que a conjuntura da instituição difere das comunidades educativas das classes populares. Sobretudo na medida em que era um exemplo prático de observância do modelo ideal de escola.
Downloads
Referências
ANTUNES, Josefina Figueiredo. [18 de setembro de 2012]. Rio de Janeiro, RJ. Entrevista concedida ao autor.
AZEVEDO, Fernando. A formação do professor e a reforma. Boletim de Educação Pública. Distrito Federal I, (4): 848, out/dez. 1930.
AZEVEDO, Fernando. et al. Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. In: Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, n° 70, 1960, parágrafo 10.
AZEVEDO, Fernando. Novos caminhos e novos fins: a nova política da educação no Brasil. Subsídios para uma história de quatro anos. 3. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1958, p. 128-129.
BRASIL. LEI Nº 11.769, DE 18 DE AGOSTO DE 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica. Presidência da República: Casa Civil; Subchefia para Assuntos Jurídicos. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11769.htm>, Acesso: 14 fev. 2019.
CHERNAVSKY, Anália. Um Maestro no Gabinete: música e política no tempo de VillaLobos. Dissertação (Mestrado em História). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 2003.
CÍVICA, Festa. O Globo. Rio de Janeiro, 27 de novembro de 1933, p. 3 (edição da manhã). Acervo do Museu Villa-Lobos
CONTIER, Arnaldo D. Passarinhada do Brasil: canto orfeônico, educação e getulismo.São Paulo: Edusc, 1998.
FARIA, Lia. Ciomar. Macedo. Chaguismo e Brizolismo: territorialidades políticas da escola fluminense. 01. ed. Rio de Janeiro: Quartet, 2011.
FAVERO, Maria de Lourdes de Albuquerque. O autoritarismo institucional e a extinção do IESAE. Educação e Sociedade. Campinas , v. 24, n. 85, p. 1257-1275, 2003.
GONDRA, José. Gondra. Artes de civilizar: medicina, higiene e educação escolar na Corte Imperial. 1. ed. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2004.
GONDRA, José. Gondra Temperar a alma, retemperar os músculos: Corpo e História da Educação em Afranio Peixoto. Pro-Posições (UNICAMP. Impresso), v. 22, p. 19-34,2011.
JANNIBELLI, Emilia. Danniballe. A Musicalização na escola. 1. ed., Estado da Guanabara, abr. 1971.
LE GOFF, Jacques. História e Memória. Tradução Bernardo Leitão, et all. 4ª Ed. Campinas: UNICAMP, 2010.
LEMOS JÚNIOR, Wilson. Os defensores do ensino de música na escola brasileira durante a primeira metade do século XX. Revista Eletrônica de Musicologia (Ed. Portuguesa),
XIV, p. 1, 2010.
LISBOA, Alessandra Coutinho. Villa-Lobos e o canto orfeônico: música, nacionalismo e ideal civilizador. Dissertação (Mestrado em Música). São Paulo: Instituto de Artes da
Universidade Estadual Paulista (IA-Unesp), 2005.
LÜDKE, Menga e ANDRÉ, Marli. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
MACEDO, Carolina Miguez. [10 de maio de 2011], Petrópolis, RJ. Entrevista concedida ao autor.
MAIO, Marcos. Chor. Afrânio Peixoto: Estratégias e Desventuras de um Intelectual na Vida Pública. Revista Ágora. Rio de Janeiro, Dept. História/UFF, v. 1, n. 2, p. 26-38,1994.
MAIO, Marcos. Chor. Afrânio Peixoto: Uma Trajetória Médica. Revista da Sociedade Brasileira de História da Ciência Revista Brasileira de História da Ciência, Rio de Janeiro, v. 1, n. 11, p. 75-81, 1994.
MARQUES, Vera. Regina. Beltrão. A Medicalização da Raça: Médicos, Educadores e Discurso Eugênico. 1ª. ed. Campinas: Editora da UNICAMP, 1994.
MENDONÇA, Ana Waleska. Anísio Teixeira e a Universidade de Educação. 1ª. ed. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2002.
MIGNOT, Ana. Chrystina Venancio. . O carteiro e o educador: práticas políticas na escrita epistolar. Revista Brasileira de História da Educação, São Paulo, v. 10, p. 45-69, 2005.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Presença de Villa-Lobos, Rio de Janeiro, MEC/DAC, MVL, 1970. V.5.
MOREIRA, H. e CALEFFE, L. G. Metodologia da Pesquisa para o Professor Pesquisador. Rio de Janeiro: DP&A, p.174, 2006.
NÓVOA, António. Por que a História da Educação? In: STEPHANOU, Maria e BASTOS, Maria Helena. (Orgs.) Histórias e memórias da educação no Brasil, vol. I: séculos VIXVIII. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.
OLIVEIRA, Flavio Couto e Silva de. O canto civilizador: música como disciplina escolar nos ensinos primário e normal de Minas Gerais, durante as primeiras décadas do século XX. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, UFMG. 2004.
PAZ, Ermelinda Azevedo. Villa-Lobos o Educador. Prêmio Grandes Educadores Brasileiros 1988. Brasília, DF: INEP / MEC, 1989.
PEIXOTO, Júlio Afrânio [Carta] sem data (a), Rio de Janeiro [para] VILLA-LOBOS, Heitor. Rio de Janeiro. 1f. Apreciação de cancioneiro orfeônico. (Fonte: Academia Brasileira de Letras – 10.ABL.03)
PEIXOTO, Júlio Afrânio [Carta] sem data (b), Rio de Janeiro [para] VILLA-LOBOS, Heitor. Rio de Janeiro. 1f. Solicita contrato de professora de Música e Canto Orfeônico. (Fonte: Academia Brasileira de Letras – 10.ABL.01)
TEIXEIRA, Anísio. Educação Pública: administração e desenvolvimento. Relatório do diretor geral do departamento de Educação do Distrito federal: Anísio S. Teixeira,dez. 1934. Rio de Janeiro: oficina Gráfica do Departamento de Educação, 1935.
TEIXEIRA, Anísio Spinola. Ofício 421 do Gabinete do Diretor do Departamento de Educação. Assinado por Anísio Spinola Teixeira, endereçado a Heitor Villa-Lobos. Distrito Federal, em 3 de maio de 1935. Arquivo do Museu Villa-Lobos, Sessão Correspondências.
VIEIRA, Carlos Eduardo. A escrita da História da Educação no Brasil: formando professores através de noções de história”. Anais do VIII Congresso Luso-Brasileiro de História da Educação, 2010, São Luís :EDUFMA, 2010. v. 1.
VIDAL, Diana Gonçalves. O exercício disciplinado do olhar: livros, leituras e práticas de formação docente no Instituto de Educação do Distrito Federal (1932-1937). 1a. ed.Bragança Paulista: EDUSF, 2001.
VILLA-LOBOS, Heitor. Canto Orfeônico. 1º volume. Rio de Janeiro: Irmãos Vitale Editora, 1940.
VILLA-LOBOS, Heitor. Educação Musical. Boletim Latino Americano de Música VI/6 abril de 1946.
VILLA-LOBOS, Heitor. Guia Prático para a educação artística e musical. 3 Caderno. Org. editorial: Valéria Peixoto; textos e pesquisa: Manoel Aranha Correa do Lago, Sérgio Barboza, Maria Clara Barbosa. Rio de Janeiro: ABM-FUNARTE, 2009.
VILLA-LOBOS, Heitor. O ensino popular da música no Brasil. Rio de Janeiro, Departamento de Educação do Distrito Federal, 1937.
VILLA-LOBOS, Heitor. SEMA: relatório geral dos serviços realizados de 1932 a 1936. Tomo III. Montevidéu, abril de 1937.
XAVIER, Libânia. Nacif. Manifestos, cartas, educação e democracia. In: Magaldi, Ana Maria; Gondra, José G. (Org.). A reorganização do campo educacional no Brasil: manifestações, manifestos e manifestantes. 1 ed. Rio de Janeiro: Sete Letras, 2003.