PRÁTICAS AVALIATIVAS E O DESENVOLVIMENTO DA ESCRITA: REFLEXÕES A PARTIR DO USO DE BILHETE TEXTUAL-INTERATIVO
DOI:
https://doi.org/10.26694/rles.v26i50.2990Palavras-chave:
Práticas avaliativas; Escrita; Bilhetes textual-interativo; Sequência didática.Resumo
Em nossa prática pedagógica, a ação de avaliar as produções de textos dos alunos sempre nos fez refletir acerca de como poderíamos contribuir para o desenvolvimento da escrita dos mesmos. Associada às nossas reflexões estava à necessidade de trabalharmos com os gêneros discursivos/textuais. Nesse sentido, o objetivo do presente artigo é compreender como o processo avaliativo pode contribuir para o desenvolvimento da escrita, a partir do uso do bilhete textual-interativo. Para tanto, partimos do trabalho com o gênero discursivo/textual relato pessoal, pautado pela sequência didática descrita por Lopes-Rossi (2011), em uma turma de 8º ano do Ensino Fundamental. Para compreendermos como as práticas avaliativas podem estar a serviço da aprendizagem, recorremos à Villas Boas (2008), Hadji (2001), Hoffmann (2001) e Luckesi (2005); para viabilizarmos o trabalho acerca do gênero adotado e o desenvolvimento da escrita dos estudantes, fundamentamo-nos em Bakhtin (2011), Marcuschi (2008), Koch e Elias (2007; 2012), Antunes (2003), Geraldi (2011), Ruiz (2013), Serafini (1998) e alguns documentos oficiais. A metodologia privilegiou a abordagem qualitativa de natureza intervencionista, por meio da pesquisa participante. Utilizamos como instrumentos de geração de dados a sequência didática descrita por Lopes-Rossi (2011) associada à observação participante e rodas de conversa. A partir dos resultados obtidos, afirmarmos que o processo avaliativo, realizado pelo professor de Língua Portuguesa, a partir do uso do bilhete textual interativo contribuiu, consideravelmente, para o desenvolvimento da habilidade de escrita dos alunos.
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