AS DIFERENTES PRÁTICAS DE CONTAGEM ENTRE OS GUARANI E KAIOWÁ: ELO ENTRE EDUCAÇÃO ESCOLAR E EDUCAÇÃO INDÍGENA NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA

Autores

  • MARIA APARECIDA MENDES Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
  • HEIRACLES MARIANO DIAS BATISTA Federal University of Grande Dourados

DOI:

https://doi.org/10.26694/les.v1i37.7577

Palavras-chave:

Conhecimentos tradicionais indígenas, Educação matemática, Formação docente

Resumo

O objetivo deste trabalho é compreender as formas de contagem vivenciadas nas práticas sociais e culturais dos Guarani e Kaiowá de Mato Grosso do Sul e apontar possibilidades pedagógicas para o ensino da matemática nas escolas indígenas. O conhecimento da realidade desses povos fortalece as relações entre os atores (professores, alunos, universidade, escola e comunidade) na formação inicial de professores indígenas de matemática. O diálogo entre os conhecimentos indígenas e acadêmicos, que têm influenciado no ensino da matemática nas escolas indígenas e na formação de professores, configura-se como ponto de interesse neste trabalho. O espaço de formação inicial e a reflexão das ações desenvolvidas nele pressupõem a formação do professor como pesquisador das próprias práticas e possibilita uma compreensão dos diferentes aspectos no ensino-aprendizagem na escola indígena. A pesquisa, de cunho etnográfico, centraliza nas práticas de numeramento, na perspectiva da etnomatemática. Os dados foram produzidos, durante o processo de formação realizado no curso de Licenciatura Intercultural Indígena “Teko Arandu”, pelos acadêmicos nas áreas indígenas as quais pertenciam. Foi possível perceber que diferentes formas de representação dos processos de contagem dessas etnias, relacionadas às práticas laborais, relações com a sociedade do entorno e formas de escrita escolarizada. Muitos desses conhecimentos ficam no universo da cultura e das práticas sociais e são pouco utilizados no processo de ensino e aprendizagem nas escolas indígenas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

MARIA APARECIDA MENDES, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Mestra em Educação Matemática pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Professora Assistente da Faculdade Intercultural Indígena.

HEIRACLES MARIANO DIAS BATISTA, Federal University of Grande Dourados

Mestra em Educação. Professora da UFGD. FAIND do Curso Licenciatura Intercultural Indígena Teko Arandu.

Referências

BRASIL. Constituição (1988). Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 5 out. 1988. n. 191-A, p. 1. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm >. Acesso em: 20 jan. 2016.

______. Decreto nº 26, de 4 de fevereiro de 1991. Dispõe sobre a educação indígena no Brasil. Brasília, DF, 1991. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D0026.htm>. Acesso em: 20 jan. 2016.

______. Decreto nº 6.861, 27 de maio de 2009. Dispõe sobre a Educação Escolar Indígena, define sua organização em territórios etnoeducacionais, e dá outras providências. Brasília, DF, 2009. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/leis2.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2016.

______. Lei 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. Brasília, DF, 2001. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/leis2.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2016.

______. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF, 1996. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em: 20 jan. 2016.

______. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Parecer nº 14, de 14 de setembro de 1999. Diretrizes curriculares nacionais da educação escolar indígena. Brasília, DF, 1999. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/leis2.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2016.

______. ______. ______. ______. Resolução CEB nº 3, de 10 de novembro de 1999. Fixa diretrizes nacionais para o funcionamento das escolas indígenas e dá outras providências. Brasília, DF, 1999. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0399.pdf>. Acesso em:20 jan. 2016.

______. ______. ______. ______. Resolução nº 5, de 22 de junho de 2012. Define diretrizes curriculares nacionais para a educação escolar indígena na educação básica. Brasília, DF, 2012. Disponível em: <http://mobile.cnte.org.br:8080/legislacao-externo/rest/lei/86/pdf>. Acesso em: 20jan. 2016.

______. ______. Secretaria de Educação Fundamental. Referenciais para a Formação de Professores Indígenas. Brasília, DF, 2002. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Livro.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2016.

CARNEIRO DA CUNHA, M. Cultura com aspas. São Paulo: Cosac & Naify, 2009.

D’AMBRÓSIO, U. O programa etnomatemática: uma síntese. Acta Scientiae, Canoas, v. 10, n.1, p. 7-16, jan./jun. 2008.

FERREIRA, M.K.L. (Org.). Ideias matemáticas de povos culturalmente distintos. São Paulo:Global; Mari/USP, 2002. 336 p. (Antropologia e Educação).

IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Tabela 4 - População autodeclarada indígena, da participação relativa no total da população do estado e total da população autodeclarada indígena no País, segundo as Unidades da Federação - 2010. Rio de Janeiro,2012. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/indigenas/indigena_censo2010.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2016.

IFRAH, G.. História universal dos algarismos: a inteligência dos homens contada pelos números e pelo cálculo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. t.1.

LINS, Romulo Campos; GIMENEZ, Joaquim. Perspectivas em aritmética e álgebra para o século XXI. 6. ed. Campinas: Papirus, 2005.

LOPEZ, S. Educação matemática indígena: um estudo etnomatemático com os índios guaranikaiowá do Mato Grosso do Sul. Dissertação (Mestrado)- Setor de Educação, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1995. Lopes Belos (1996)

MENDES, J. R. Ler, escrever e contar: práticas de numeramento-letramento dos Kaiabi no contexto de formação de professores índios no Parque Indígena do Xingu. 2001. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada) - Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas,Campinas, 2001.

PONTE, J.P.da; BROCARDO, J.; OLIVEIRA, H. Investigações matemáticas na sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.

SANTOS, Vinício Macedo. Linguagem e comunicação na aula de matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 117-125.

SCANDIUZZI, P. P. Educação indígena x educação escolar indígena: uma relação etnocida em uma pesquisa etnomatemática. Marília: Editora UNESP, 2009.

TUBINO, F. Entre el multiculturalismo y la interculturalidad: más allá de la discriminación positiva. In: FULLER, Norma (Ed.). Interculturalidad y política: desafíos y posibilidades. Lima: Red para el Desarrollo de las Ciencias Sociales el Perú, 2002. p. 51-76.

WALSH, C. Interculturalidad crítica y educación intercultural In: VIAÑA, Jorge; TAPIA, Luis; WALSH, Catherine. Construyendo interculturalidad crítica. La Paz, Bolívia: III-CAB; Instituto Internacional de Integración del Convenio Andrés Bello, 2010. p. 75-96. Disponível em: <http://datateca.unad.edu.co/contenidos/401596/2015_1/Interculturalidad_Critica_y_Educacion_Intercultural.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2014.

Downloads

Publicado

2017-10-29

Como Citar

MENDES, M. A. ., & DIAS BATISTA, H. M. . (2017). AS DIFERENTES PRÁTICAS DE CONTAGEM ENTRE OS GUARANI E KAIOWÁ: ELO ENTRE EDUCAÇÃO ESCOLAR E EDUCAÇÃO INDÍGENA NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA. Linguagens, Educação E Sociedade, (37), 72–89. https://doi.org/10.26694/les.v1i37.7577

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

<< < 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.