JOGOS DIDÁTICOS NO ENSINO DE PORTUGUÊS COMO SEGUNDA LÍNGUA

Autores

  • ELISA AUGUSTA LOPES COSTA Universidade Federal do Tocantins

DOI:

https://doi.org/10.26694/les.v1i37.7576

Palavras-chave:

Educação lúdica, educação escolar indígena, jogos didáticos, leitura, ensino

Resumo

A utilização da ludicidade como fator de otimização da aprendizagem tem sido amplamente discutida e acatada nos mais diversos segmentos de ensino, o que permite estender esta discussão também para o contexto da educação indígena, mais especificamente a Educação Escolar Indígena Krahô, pois os estudantes deste povo são alfabetizados na sua língua materna, adquirindo o Português como segunda língua somente a partir do sexto ano de estudo, fato que acarreta muitas dificuldades na interpretação e produção textual em língua portuguesa, mesmo para aqueles que já estão no Ensino Médio. O objetivo do presente artigo é apresentar a viabilidade dos jogos didáticos como alternativa para minimizar estes problemas, tendo como foco o desenvolvimento de jogos específicos para o ensino de Português como segunda língua, concentrando-se em tópicos como ampliação, compreensão e fixação de vocabulário, visando ao enriquecimento linguístico dos educandos. Para tanto, discorre-se sobre a realidade escolar da aldeia e o público alvo, que se compõe de professores e alunos do ensino médio, com fundamentação em Maher (2007), Sousa (2013), Macedo (2015), Constituição Federal Brasileira de 1988, Referencial Curricular Nacional para a Educação Indígena – RCNEI (1998), além dos materiais específicos relacionados à educação e cultura Krahô organizados pelo professor Francisco Edviges Albuquerque (2009, 2012, 2013, 2014). Em seguida, abordam-se os conceitos de jogo didático e educação lúdica, com base em Comenius (2001), Feinet (2004) e Almeida (1987), entre outros. A metodologia, de perspectiva sociointeracionista, consiste na apresentação de uma proposta de inserção de jogos didáticos como elemento potencializador da aprendizagem nas aulas de língua portuguesa, direcionada aos professores que trabalham com o Ensino Médio. Esta proposta é direcionada para a Escola Indígena 19 de Abril (localizada na aldeia Manoel Alves Pequeno, ao norte do Tocantins) e faz parte de minha pesquisa de doutorado, a qual vem se realizando no âmbito das pesquisas do Laboratório de Línguas Indígenas – LALI, da Universidade Federal do Tocantins – UFT.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

ELISA AUGUSTA LOPES COSTA, Universidade Federal do Tocantins

Mestra em Estudos de Linguagem, doutoranda em Letras – ensino de língua e literatura na Universidade Federal do Tocantins – UFT/Araguaína. Professora da Universidade Federal do Pará, Faculdades de Letras – Campus Altamira.

Referências

ALBUQUERQUE, Francisco Edviges. Interdisciplinaridade e interculturalidade: uma prática pedagógica Apinayé. In: Revista Cocar 3, nº6. Belém: EDUEPA, jul/dez. 2009.

________ (Org.). Do texto ao texto: leitura e redação. Belo Horizonte: Fale/UFMG, 2012.

________. Índios do Tocantins: aspectos históricos e culturais. In: Ensino de história e formação continuada: teorias, metodologias e práticas. Goiânia: Ed. PUC Goiás, 2013.

________ (Org.) Português Krahô. Campinas: Pontes Editores, 2014.

ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo: Edições Loyola, 1987.

ANTUNES, Celso. Inteligências múltiplas e seus jogos: inteligência linguística. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.

BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. São Paulo: Parábola Editorial, 2007.

BRASIL. Ministério da Educação. Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas.Brasília: MEC/SEF, 1998.

_______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

_______. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988.

_______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96. São Paulo: SINPRO, 1996.

_______. Plano Nacional de Educação, Lei n.10.172 de 9 de janeiro de 2001.

_______. Rede de saberes mais educação: pressupostos para projetos pedagógicos de educação integral: caderno para professores e diretores de escolas. Brasília: Ministério da Educação, 2009.

BRITO, Luís Percival Leme de. Escola, ensino de língua, letramento e conhecimento. Calidoscópio Vol. 5, n. 1, p. 24-30, jan/abr 2007.

COMENIUS, Iohannis Amos. Didactica Magna. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.

COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. 2ª ed. São Paulo: Contexto, 2014.

FERREIRA, Maria Beatriz Rocha. Jogos e Esportes em Sociedades Indígenas: Kaingang e Kadiwéu. VI Semana de Alfabetização: Alfabetização e Desenvolvimento Humano. São Paulo: UNICAMP, 2005.

HAYDT, Regina Célia Cazaux. Curso de didática geral. São Paulo: Ática, 2011.

HUIZINGA, Johan. Homo Ludens. 4 ed. São Paulo: Perspectiva, 2000.

LUCKESI, Cipriano. Desenvolvimento dos estados de consciência e ludicidade. In: LUCKESI, Cipriano Carlos (org.). Ludopedagogia – ensaios 1; educação e ludicidade. Salvador: ed. Gepel, 2000.

MACEDO, Aurinete Silva. Saberes tradicionais Krahô e educação escolar indígena: um diálogo possível na Escola Indígena 19 de abril. Dissertação de mestrado. Araguaína, TO: UFT, 2015.

MAHER, Terezinha Machado. Do casulo ao movimento: a suspensão das certezas na educação bilíngue e intercultural. In: CACALCANTI, Marilda C. e Bortoni-Ricardo, Stella Maris (Orgs.). Transculturalidade, linguagem e educação. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2007.

MELIÀ, Bartomeu. Educação indígena e alfabetização. São Paulo: Loyola, 1979.

SILVA, Irenilda Francisca de Oliveira e. O papel de atividades lúdicas na produção de textos dissertativos. Dissertação de mestrado. Recife, UNICAP, 2006.

SOUSA, Jane Guimaraes. Educação escolar indígena Krahô da Manoel Alves: uma contribuição para o registro e manutenção do Mito de Tyrkrẽ. Dissertação de Mestrado. Araguaína: UFT, 2013.

SOUZA NETO, Georgino Jorge de. O jogo e o jogar: referências do lúdico no cotidiano. Montes Claros, MG: Unimontes, 2006.

Downloads

Publicado

2017-10-29

Como Citar

LOPES COSTA, E. A. . (2017). JOGOS DIDÁTICOS NO ENSINO DE PORTUGUÊS COMO SEGUNDA LÍNGUA. Linguagens, Educação E Sociedade, (37), 52–71. https://doi.org/10.26694/les.v1i37.7576

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

<< < 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.