CURSO TEMPO DE APRENDER E EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA ANÁLISE CRÍTICA
DOI:
https://doi.org/10.26694/rles.v26i50.2911Palavras-chave:
Tempo de Aprender. Educação infantil. Alfabetização e letramento.Resumo
O objetivo deste artigo é analisar como o curso Tempo de Aprender aborda o processo de aprendizagem inicial da língua escrita, na educação infantil. Partimos da compreensão de que esta etapa possui uma especificidade pedagógica voltada ao desenvolvimento integral das crianças e sua formação cultural e que a aprendizagem inicial da língua escrita envolve os processos de alfabetização e letramento. A construção das informações ocorreu segundo a análise de conteúdo, seguindo com a análise documental dos módulos presentes no curso. Nas considerações finais concluímos que: a) o curso não considera a função social da educação infantil e sua relação com o processo de aprendizagem inicial da língua escrita; b) as concepções de criança e infância remetem a sujeitos passivos no processo de aprendizagem; c) há uma desarticulação entre os processos educativos e as experiências das crianças, o que abrange a ausência das diferentes funções sociais da escrita.
Downloads
Referências
ALVES-MAZZOTTI, A. J. e F. GEWANDSZNAJDER. O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. São Paulo: Pioneira / Thomson Learning, 1999.
ANGOTTI, M. Educação Infantil: para que, para quem e por quê. In: ANGOTTI, M. (Org.). Educação Infantil: para que, para quem e por quê? Campinas, SP: Editora Alínea, 2014, p. 15-34.
ARCE, A. O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil e o Espontaneísmo: (re) colocando o ensino como eixo norteador do trabalho pedagógico com crianças de 4 a 6 anos. In: ARCE, A; MARTINS, L. M. (Org.). Quem tem medo de ensinar na educação infantil? Em defesa do ato de ensinar. Campinas, SP: Editora Alínea, 2013.
BAKHTIN, M. (VOLOSHINOV). Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. Trad. Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira. 12.ed. São Paulo: Hucitec, 2006.
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Trad. Maria Ermantina Galvão; rev. trad. Marina Appenzeller. 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.
BRANDÃO, A. C. P.; LEAL, T. F. Alfabetizar e letrar na educação infantil: o que isso significa? In: BRANDAO, A. C. P.; ROSA, E. C. S. (Org.). Ler e escrever na educação infantil: discutindo práticas pedagógicas. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2018, p.13-31.
BRASIL, Ministério da Educação. Programa Tempo de Aprender. Secretaria de Educação Básica. – Brasília: MEC, SEB. Disponível em: http://alfabetizacao.mec.gov.br/tempo-de-aprender. Acesso em: 05 fev. 2021.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular [última versão]. Brasília: MEC/CONSED/UNDIME, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 10 fev. 2020.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 23 dezembro de 1996. Institui a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Seção 1, p. 27-833.
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil. Secretaria de Educação Básica. – Brasília: MEC, SEB, 2010.
GALVÃO, A. M. O. Crianças e cultura escrita. In: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica (Org.). Linguagem oral e linguagem escrita na educação infantil: práticas e interações. Brasília: MEC /SEB, 2016, p.15-41.
KRAMER, S. Direitos da criança e projeto político-pedagógico da educação infantil. In: BAZÍLIO, L. C.; KRAMER, S. Infância, educação e direitos Humanos. Campinas: Cortez, 2003, p.51-81.
KRAMER, S. Infância e currículo: paradoxos, mudanças e riscos. In: MOREIRA, A. F. B.; ALVES, M. P.C.; GARCIA, R. L. (Org.). Currículo, cotidiano e tecnologias. Araraquara, SP: Junqueira & Marin, 2006, p. 197-214.
LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
MARCUSCHI, L. Oralidade e letramento como práticas sociais. In: MARCUSCHI, L.; DIONISIO, A. P. (Org.). Fala e escrita. Belo Horizonte: Autêntica, 2007, p. 31- 55.
MORAIS, A. G. Consciência fonológica na educação infantil e no ciclo de alfabetização. Belo Horizonte: Autêntica, 2019.
MORAIS, A. G. Sistema de Escrita Alfabética. São Paulo: Editora Melhoramentos, 2012.
MORAIS, A. G.; SILVA, A.; NASCIMENTO, G. S. Ensino da notação alfabética e práticas de leitura e escrita na educação infantil: uma análise das três versões da Base Nacional Comum Curricular. Revista Brasileira de Educação. Rio de Janeiro, v.25, 2020, p.1-25.
MORAIS, A. G. Alfabetização e letramento na BNCC: problemas conceituais, lacunas e inadequações no que é prescrito para os dois anos iniciais do ensino fundamental. Debates em Educação, Maceió, n. 12, p. 01-16, set. 2020.
MOSS, P. Para Além do Problema da Qualidade. In: MACHADO, M. L. A. (Org.). Encontros e desencontros em educação infantil. São Paulo: Cortez, 2005, p.17-26.
OLIVEIRA, Z. M. R. Creches no sistema de ensino. In: MACHADO, M. L. A. (Org.). Encontros e desencontros em educação infantil. São Paulo: Cortez, 2005, p.79-82.
OLIVEIRA, Z. M. R. Os primeiros passos da história da educação infantil no Brasil. In: OLIVEIRA, Z. M. R. Educação infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002, p.89-105.
ROSEMBERG, F. Do embate para o debate: educação e assistência no campo da educação infantil. In: MACHADO, M. L. A. (Org.). Encontros e desencontros em educação infantil. São Paulo: Cortez, 2005, p. 63-78.
SOARES, M. Alfabetização e letramento. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2007.
SOARES, M. Alfabetização: a questão dos métodos. São Paulo: Contexto, 2018.
SOARES, M. Alfaletrar: toda criança pode aprender a ler e a escrever. São Paulo: Contexto, 2020.
SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 2012.