AS ORIENTAÇÕES DO BANCO MUNDIAL PARA O GERENCIALISMO DA INFÂNCIA: CUSTO-BENEFÍCIO COMO PROMOTOR DA QUALIDADE
DOI:
https://doi.org/10.26694/rles.v27i55.4539Palavras-chave:
Educação Infantil; Gerencialismo; Pobreza; Qualidade.Resumo
O objetivo do texto é identificar os fundamentos do Banco Mundial para Educação Infantil brasileira. O estudo de abordagem qualitativa, contou com a pesquisa bibliográfica e documental. As fontes primárias se referem aos documentos do Banco sofre a infância e aos relatórios de acompanhamento do Plano Nacional de Educação. Considerando a perspectiva gerencial, adotada pelo Banco Mundial para orientar as políticas para a Educação Infantil, identificamos como principais alicerces das suas orientações, as noções de custo-benefício e a qualidade gerencial. Tais noções identificam a Educação Infantil como um mecanismo de mitigação da pobreza, que deve ser ofertado sem onerar o Estado, por isso, o Banco sugere a ampliação da oferta dessa etapa da Educação Básica pelo caminho das parcerias público-privado. O setor privado é considerado referência de qualidade, portanto, conseguiria efeitos mais eficientes para educação das crianças pobres. Tais fundamentos atribuem para a Educação Infantil a finalidade de gerenciar a infância da futura geração de trabalhadores a ser explorada pelo capital.
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