OS RIBEIRINHOS NO CONTEXTO DA REALIDADE AMAZÔNICA: ESCOLA E RE- PRESENTAÇÕES SOCIAIS
Palavras-chave:
Escola, Representações Sociais, Ribeirinhos, ImaginárioResumo
Os moradores da Amazônia vivenciam situações de contato com a natureza constantemente. Em Mâncio Lima – AC, a situação geográfica se faz cortada por rios, matas virgens, cachoeiras naturais, serras, animais selvagens, populações tradicionais, que são tão naturais aos seus moradores quanto um volante a um motorista profissional. Ali, quando o dia amanhece e o sol assume a sua posição de astro rei, trava-se a bela luta entre a força das águas e o arbítrio do sol. Seus raios contagiam os moradores, que, ao cantar do galo, já estão em pé. É nesse panorâmico cenário que vivem os ribeirinhos – atores sociais indispensáveis à tessitura deste trabalho – contagiados pelos aspectos simbólicos e concretos que contribuem para que deem gozo e zelo à vida nos seringais que dista horas ou mesmo dias da cidade. A Teoria das Representações Sociais é o aporte primeiro nas aproximações que trazemos, principalmente, no que se refere às funções das Representações Sociais apontadas por (ABRIC, 1998), no processo de construção subjetiva sobre a realidade. Utilizamo-nos da entrevista semiestrutura, de fotografias da realidade local bem como da observação enquanto moradora natural da região. A Análise de Conteúdo proposto por (BARDIN, 2004) aponta-nos o que aqui denominamos provisoriedade da verdade. Está impregnado nos moradores um real desejo pela escola tendo-a como veleidade de futuro; o conhecimento de uma vida que ultrapasse os limites das florestas e dos rios cujo imaginário é impulsionado pelo material gráfico colado nas paredes de casa.
Downloads
Referências
ABRIC, Jean Claude. A abordagem estrutural das representações sociais. In: MOREIRA, Antonia Paredes; OLIVEIRA, Denise Cristina de (Orgs). Estudos interdisciplinares em representações sociais. Goiânia: Ab. 1998.
BAKHTIN, Mikhail Mikhailovitch. Marxismo e filosofia da linguagem. 6. ed. São Paulo: Hucitec, 1992.
BALANDIER, George. O imaginário na modernidade. In: BALANDIER, George. O contorno: pod- er e modernidade. Tradução Suzana Martins. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997.
BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. 3. ed. Tradução Luiz Alberto Reto e Augusto Pinheiro. Lisboa, Pt: 70, LDA, 2004.
BELMIRO. Entrevista. Mâncio Lima-AC. [10] outubro, 2006.
FELIX. Entrevista. Mâncio Lima-AC. [11] outubro, 2006.
FERRANTE, Miguel Jeronymo. Seringal. 3. ed. São Paulo: Globo, 2007.
JODELET, Denise. As representações sociais. Tradução Lilian Ulup. Rio de Janeiro: Ed da UERJ, 2001.
LIMA, Elane Andrade Correia. A nova condição feminina: as mulheres do seringal. 2001. 160 fls. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais). Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN, 2001.
LOUREIRO. João de Jesus Paes. Cultura amazônica: uma poética do imaginário. Escrituras; São Paulo, 2001.
MOSCOVICI, Serge. Representações sociais: investigações em psicologia social. 3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.
SANTOS, Maria de Fátima de Souza. Diálogos com a teoria das representações sociais. Editora Universitária da UFPE; Ed da UFAL, 2005.
COSTA SOBRINHO, Pedro Vicente. Capital e trabalho na Amazônia Ocidental. São Paulo:Cortez, 1992.
_____ Exercícios Circunstanciais. Natal, RN: Coivara, 1997.
SOUZA, Carlos Alberto de. História do Acre: novos temas, novas abordagens. Rio Branco, AC: Editor Carlos Alberto Alves de Souza, 2002.
TEVES, Nilda. O imaginário na configuração da realidade. In: TEVES, Nilda (Org.). Imaginário social e educação. Rio de Janeiro: Gryphos: Faculdade de Educação da UFRJ, 1992. p. 03 – 33.
VIOLETA. Entrevista. Mâncio Lima-AC. [11] outubro, 2006.