AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA SOBRE A FORMAÇÃO INICIAL: UMA CONTRIBUIÇÃO DA TÉCNICA Q*
DOI:
https://doi.org/10.26694/5865Palavras-chave:
Formação Inicial, Professor, Representações SociaisResumo
Este estudo visa identificar as representações sociais construídas por professores da Educação Básica de Uberaba/MG, sobre a sua formação inicial. Insere-se na área de concentração “Representações Sociais e Educação”, do Centro Internacional de Estudos em Representações Sociais e Subjetividade – Educação (CIERS-ed), do Departamento de Pesquisas Educacionais da Fundação Carlos Chagas. Conta com o apoio do referencial teórico-metodológico da teoria das Representações Sociais descritas por Moscovici (1978). Foi utilizada para coleta e análise dos dados a Técnica Q, concebida por William Stephenson, que tem como propósito tornar visíveis estruturas latentes em situações comunicativas e apresentar convergências, assim como variações, nas maneiras de pensar e construir a realidade de determinados sujeitos. Os participantes são 25 professores da Educação Básica de escolas públicas de Uberaba/MG, que atuam do 6º ao 9º ano e tem entre 5 e 10 anos de magistério. O instrumento de coleta dos dados continha setenta itens relacionados à formação inicial, apresentados em cartões, para os quais os sujeitos deveriam atribuir notas de 0 a 10, de acordo com o grau de importância a eles atribuído. Por meio dessa técnica, os respondentes foram divididos em dois grupos, o primeiro constituído de 7 pessoas, aquelas cujas respostas aos itens mais se assemelham, e o Grupo 2, constituído de 18 pessoas, no qual há maior dispersão na avaliação dos itens. O Grupo 01 é constituído de docentes do sexo feminino, são mais velhos, não fizeram outro curso superior e sentem-se realizados no magistério. Especialmente para esse grupo, as representações sociais sobre a formação inicial ancoram-se, principalmente, na atuação dos seus professores e no ensino pelo exemplo, o que reforça o papel fundamental do formador na constituição do profissional docente. Com relação ao Grupo 02, embora a maioria seja do sexo feminino (67%), nele há maior presença de homens do que no primeiro grupo. São mais jovens, 50% fez ou faz outro curso universitário. Há entre eles participantes que acumulam outra função com a docência. Não há nesse grupo uma similaridade forte, estatisticamente, entre opiniões, atitudes, valores, crenças, relacionados ao objeto de estudo.
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