A PEDAGOGIA FREIREANA: AMOR E ÓDIO NA CURVA DE UM TEMPO
DOI:
https://doi.org/10.26694/les.v0i45.11094Palavras-chave:
Amor, Docência, Educação, Facebook, Pedagogia FreireanaResumo
Este texto se inscreve no campo de discussões sobre amor, educação e docência. Intenciona provocar um debate sobre manifestações de amor e ódio, por parte de professores, acerca da obra de Paulo Freire, na curva do tempo entre os anos de 2013 e 2017, período em que se instala um crescente processo de polarização sociopolítica e em que ocorre um avanço de ondas neoconservadoras, em nível mundial e nacional. As subjetivações do amor na educação foram compreendidas no caos e no transbordamento dos aconteceres e traduzidas em uma metodologia inspirada na bricolagem de Lévi-Strauss e Kincheloe e em conceitos da “geofilosofia” de Deleuze e Guattari, denominada “caosgrafia”, que engendrou a composição de paisagens através de uma cartologia rizomática, traçada em territórios teóricos múltiplos. A obra de Paulo Freire foi discutida em dois movimentos: reflexões sobre a concepção freireana de amorosidade, em forma de tensionamentos no campo epistemológico, e a interpretação da polarização em torno de sua obra, a partir de postagens de professores no Facebook. Considerou-se a relevância e a complexidade conceitual da obra freireana e foram destacadas suas contribuições para rupturas em concepções pedagógicas hegemônicas ao evidenciar a presença do amor na educação, bem como tensionada a ideia de um amor determinado. Considerou-se, também, que os enfrentamentos de opiniões sobre a obra de Freire no Facebook tendem a não possuir uma argumentação coerente e que os sentidos de amor enunciados pelos docentes revelam algum distanciamento das proposições originais freireanas e mesmo a negação de seus princípios.
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