MEMÓRIAS EVOCADAS: PRIMÓRDIOS DO GRUPO ESCOLAR DE LOMBA GRANDE – NOVO HAMBURGO/RS – (1942)
Palavras-chave:
Grupo Escolar, Ensino Rural, MemóriaResumo
A história da educação, principalmente a história regional, representa um campo empírico rico e ainda pouco explorado. Nos vilarejos que foram fundados pelos colonos alemães a Escola figurava o cenário indispensável ao lado da Igreja e Cemitério, sendo, nestes casos, o professor oriundo da própria comunidade. Este estudo objetiva compreender os primórdios do ensino rural em Lomba Grande (Novo Hamburgo/RS), particularmente a implantação do Grupo Escolar, a partir das memórias das professoras Maria Gersy Höher Thiesen e Arlete Timm. O contexto em que as memórias emergem diz da relação que se estabelece entre o contexto e a cultura escolar de um determinado tempo e lugar. A pesquisa desenvolvida sob a perspectiva da História Cultural utiliza a metodologia da História Oral, valendo-se de entrevistas semiestruturadas, tendo as narrativas e imagens como documentos. Analisa memórias das professoras no seu tempo escolar, como alunas do Grupo Escolar que possibilitaram recompor cenários do contexto do ensino rural que identificam marcas das políticas educacionais de uma época. O arraigamento à cultura local representou um conjunto de significados partilhados e construídos para conhecer um pouco sobre a singularidade dos Grupos Escolares em horizontes rurais, aspecto que era típico dos grandes centros urbanos. Contudo, as imagens e memórias evocadas pelas professoras permitiram restituir e compreender o processo de instalação e as diferentes nomenclaturas que recebeu o Instituto de Educação Madre Benícia, único Grupo Escolar rural de Novo Hamburgo.
Downloads
Referências
PX – RioGrandedoSul_Municip_NovoHamburgo.svg. 2011. Altura: 280 pixels. Largura: 270 pixels. 66 Kb. Formato PNG. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:RioGrandedoSul_Municip_NovoHamburgo.svg>. Acesso em: 11 set. 2011.
ARENDT, I. Educação, religião e Identidade étnica: o Allgemeine Lehrerzeitung e a escola evangélica no Rio Grande do Sul. São Leopoldo:Oikos, 2008.
BENCOSTA, M. L. A. Grupos escolares no Brasil: um novo modelo de escola primária. In: STEPHANOU, M.; BASTOS, M. H. C. (Org.). História e memórias da educação no Brasil: Século XX. v. 3. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. p. 68-76.
BEIRITH, A. As Escolas Isoladas de Florianópolis no contexto da regulamentação do ensino primário (1946-1956). Revista Linhas, Florianópolis – SC, v. 10, n. 02, p. 156 – 168, jul./ dez. 2009.
BURKE, P. O que é história cultural? Trad. Sérgio Góes de Paula. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2005.
BHABHA, H. K. O local da cultura. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998.
BRASIL. Lei n. 5692/71, 11 de agosto de 1971. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF: Senado, 1971.
CALAZANS, M. J. C.; SILVA, H. R. S. Estudo Retrospectivo da Educação Rural no Brasil. Para compreender a educação do Estado no meio rural – traços de uma trajetória. In: THERRIEN, J.; DAMASCENO, M. n. (Coord.). Educação e Escola no campo. Campinas: Papirus, 1993. p. 15-43.
CHARTIER, R. À Beira da Falésia. A história entre certezas e inquietude. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2002.
DALLABRIDA, n. Das escolas paroquiais às PUCs: república, recatolicização e escolarização. In: STEPHANOU, M.; BASTOS, M. H. C. (Org.). História e memórias da educação no Brasil: século XIX. v. 2.Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. p. 76-86.
DEMARTINI, Z. de B. F. Desigualdade, Trabalho e Educação: a população rural em questão. Cadernos de Pesquisa. São Paulo – SP, n. 64, p. 24-37,fev. 1988.
DREHER, M. n. Breve história do ensino privado gaúcho. São Leopoldo: Oikos, 2008.
______. Igreja e germanidade. São Leopoldo: Sinodal, 1984.
ELIAS, n. Teoria del símbolo. Um ensayo de antropologia cultural. Barcelona: Península, 1994.
HALBWACHS, M. A Memória Coletiva. São Paulo: Ed. Centauro, 2006.
HARRES, M. M. Aproximações entre história de vida e autobiografia: os desafios da memória. História Unisinos REVISTA, v. 8, n. 10, p. 143-156,jul./dez. 2004.
HOBSBAWAM, E. Era dos Extremos: o breve século XX – 1914-1991. São Paulo, Companhia das Letras, 2000.
KREUTZ, L. Escolas étnicas na história da educação brasileira: a contribuição dos imigrantes. In: STEPHANOU, M.; BASTOS, M. H. C. (Org.). História e memórias da educação no Brasil, v. 2. século XIX. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. p. 150-165.
______. O professor paroquial: magistério e imigração alemã. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 1991.
MASTRÁNGELO, A. Londres y Catamarca. Horizontes Antropológicos. Porto Alegre, ano 6, n.13, p. 89-112, jun. 2000.
MENDONÇA, A. W. P. C. Reconstruindo uma trajetória. In: GONDRA, J.; SILVA, J. C. S. (Org.). História da educação na América Latina: ensinar & escrever. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 2011.
NÓVOA, A. Apresentação. In: STEPHANOU, M.; BASTOS, M. H. C. (Org.). História e memórias da educação no Brasil, v. 1. século XVI-XVIII.Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. p. 9-13.
PESAVENTO, S. J. História & História Cultural. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
PIMENTEL, A. O método da análise documental: seu uso numa pesquisa historiográfica. Cadernos de pesquisa, São Paulo, n. 114, p. 179-195, nov. 2001.
PORTELLI, A. O massacre de Civitella Val diChiana (Toscana, 29 de junho de 1944): mito e política, luto e senso comum. In: AMADO, J. ; FERREIRA, M. de M. (Org.). Usos & abusos da história oral. 5. ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2002.
SAVIANI, D. Educação e colonização: as ideias pedagógicas no Brasil. In: STEPHANOU, M.; BASTOS, M. H. C. (Org.). História e memórias da educação no Brasil, v. 1. século XVI-XVIII. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. p. 121- 130.
SEYFERTH, G. Imigração e cultura no Brasil. Brasília: Ed. UnB, 1990.
TEIVE, G. M. G.; DALLABRIDA, n. A escola da república: os grupos escolares e a modernização do ensino primário em Santa Catarina (1911- 1918). Campinas, SP: Mercado de Letras, 2011.
THOMPSON, P. A voz do passado: história oral. Trad. Lólio Lourenço de Oliveira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
VARELA, J.; ALVAREZ-URÍA, F. A maquinaria escolar. Teoria & Educação, Porto Alegre, n. 6, p. 68 – 95, 1992.
VICENTINI, P. P.; LUGLI, R. G. História da profissão docente no Brasil: representações em disputa. São Paulo: Cortez, 2009.
WERLE, F. O. C. Constituição do ministério da educação e articulações entre os níveis feral, estadual e municipal da educação. In: STEPHANOU, M.; BASTOS, M. H. C. (Org.). História e memórias da educação no Brasil, v. 3. século XIX. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. p. 40-52.
______. O nacional e o local: ingerência e permeabilidade na educação brasileira. Bragança Paulista: Ed. Universidade São Francisco, 2005.