EDUCAÇÃO EM PRISÕES NO CENÁRIO CEARENSE: ENTRE A HISTÓRIA E AS MEMÓRIAS DE JOVITA ALVES FEITOSA
DOI:
https://doi.org/10.26694/les.v1i2.6094Palavras-chave:
Biografia, Educação, Memória, PrisõesResumo
O presente artigo tem como objetivo refletir sobre o percurso educativo traçado por Jovita Alves Feitosa, docente que investiu 22 anos de sua vida na luta pela garantia dos direitos fundamentais das pessoas privadas de liberdade no cenário cearense. Metodologicamente, investiu-se na história oral como meio para a coleta de dados. Realizaram-se sete entrevistas com a professora cearense durante o período de fevereiro a outubro de 2015, com o intuito de desvelar os meandros pertinentes à história e à memória da educação em prisões no estado do Ceará. Após fidedigna transcrição das falas obtidas nas entrevistas, procedeu-se à transcrição e posterior validação por parte da entrevistada. Os resultados demonstraram que Jovita Alves Feitosa assumiu o risco do pioneirismo quando passou a dedicar-se à Educação em prisões no cenário cearense. Iniciou sua trajetória como professora no Presídio Feminino, assumindo, em virtude dos excelentes resultados de seu trabalho, a Coordenadoria Educacional do Sistema Penal Cearense, onde permaneceu por mais de 15 anos. A dedicação envolvente, a sensibilidade e o compromisso ético foram marcas de Jovita Feitosa ao longo de sua trajetória profissional, sendo integralmente movida pela fé inabalável no poder transformador da Educação. A docente cearense contribuiu ativamente para que o Ceará se tornasse referência nacional como sendo o estado brasileiro com a maior taxa de presidiários envolvidos em atividades educacionais do país. A história da educação nos presídios cearenses está intrinsecamente relacionada ao percurso profissional empreendido pela educadora Jovita Alves Feitosa: uma eterna criadora de sonhos.
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