EDUCAÇÃO SENSÍVEL E COMPLEXA: CAMINHOS A PARTIR DE ROUSSEAU E MORIN
DOI:
https://doi.org/10.26694/rles.v29i61.6752Palavras-chave:
Rousseau, Emílio, Edgar Morin, Religar conhecimentos, EducaçãoResumo
A partir de pesquisa bibliográfica, os objetivos principais deste artigo visam relacionar as concepções educativas de J-Jacques Rousseau e de Edgar Morin na busca por aproximações e distanciamentos. Através da obra Emílio, ou da educação, o Filósofo e Educador Iluminista Rousseau inaugura aquilo que a partir da modernidade passou-se a chamar infância. Visto que dentro da sociedade, as crianças eram consideradas como adultos em miniaturas, e por isso, negligenciadas nas especificidades dos primeiros anos de vida, o enfoque feito pelo genebrino em relação a necessidade de exercitar o sensível, tendo a natureza como primeira e sublime formadora, foram contribuições que reverberaram na mudança do lócus social da criança. Assim sendo, a perspectiva naturalista de Rousseau contribui na elaboração de um caminho educativo que aloca o aluno, Emílio, no centro da ação pedagógica. Logo, o mediador possui grande relevância no movimento de ensino-aprendizagem, uma vez que estando presente no fenômeno da aprendizagem, este, tratara da condução do seu aluno, partido do desconhecido em direção ao conhecimento. Isto pois, partindo do pressuposto de que os conhecimentos estão interiorizados no indivíduo, através da experimentação, veementemente, a conexão com o externo suscitará no religar de conhecimentos. Ademais, a consolidação dos conhecimentos possibilitará a condução, autônoma e fraterna, dos indivíduos em direção ao conhecer e conhecer-se. No trato reflexivo e no fazer empírico, percebe-se que educação sensível e pensamento complexo, podem e devem ser trabalhados tendo como objetivo comum, a formação do homem autônomo junto a constância do pensar complexamente.
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