VIRANDO DE PONTA-CABEÇA: BRANQUITUDE, (TRANS)FORMAÇÃO DOCENTE E OUTROS MUNDOS POSSÍVEIS
DOI:
https://doi.org/10.26694/rles.v28i57.5389Palavras-chave:
Branquitude, Pesquisa Narrativa, Currículos, (Trans)formação DocenteResumo
O presente artigo tem como objetivo explorar as percepções de professoras da Educação Básica em relação à noção de branquitude, visando a discutir o papel da pessoa branca na luta antirracista no contexto escolar, considerando os currículos pensadospraticados. Assumimos como opção politicaeticametodologica a pesquisa narrativa nosdoscom os cotidianos escolares como forma de (re)valorizar os saberes dos sujeitos, como potencial emancipatório e (trans)formador. Em diálogo com os estudos da branquitude (Schucman,2012; Sovik, 2009; Bento, 2022), exploramos o caráter singularsocial (Reis, 2022a) dos saberes tecidos pelas/nas/com as práticas curriculares cotidianas no fluxo constante da transformação docente. Acreditamos que buscar tensionar a noção de branquitude dentrofora da escola é potencializar o caráter emancipatório da educação comprometida com um mundo mais plural, democrático e amoroso.
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