A EXPERIÊNCIA ARTÍSTICA E A CRIAÇÃO NA FORMAÇÃO DO JURISTA: uma pesquisa sociopoética com jovens estudantes de Direito do Distrito Federal
Palavras-chave:
jovens, arte, formação do jurista, criação de conceitos, sociopoéticaResumo
O presente artigo traz os resultados parciais da investigação de doutorado “Percurso em Direito e Arte em uma abordagem Sociopoética”, realizada com jovens estudantes de Direito do Distrito Federal, no período de abril de 2012 a fevereiro de 2013, com o propósito de investigar o que pode a arte na formação do jurista. A abordagem sociopoética de pesquisa, que tem a experiência artística como dispositivo disruptor, um dos seus princípios, foi o caminho metodológico empregado no curso-pesquisa, que oportunizou aos estudantes Formação em Direito e Arte e produção dos dados. O Percurso realizado sugere que a experiência artística, pela violência com que afeta as subjetividades, deslocando-as da sua zona de acomodação, promove o ato de pensar, que, no dizer de Deleuze e Guattari (2010), nada tem de ordinário, pois somente ocorre diante da brutalidade, da violência, que nos retira da opinião, da representação, da recognição. É no encontro com o caos, a partir dessa violência, que somos provocados a pensar e a criar. Nesse sentido, a experiência artística revela-se um potente dispositivo na formação do jurista, porque, promovendo o ato de pensar e a ruptura com a recognição, oportuniza a criação.
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