VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS: FENÔMENO QUE VAI ALÉM DE SITUAÇÕES-LIMITE EXPRESSAS EM MANCHESTES DE JORNAL

Autores

  • ANDRÉA PIRES ROCHA Universidade Estadual de Londrina

Palavras-chave:

Escola Pública, Violência, Violência Urbana, Violência nas Escolas, Serviço Social

Resumo

Desenvolvemos no presente artigo reflexões sobre o fenômeno da violência, em particular, a violência urbana que se materializa no contexto escolar. Consideramos a violência nas escolas como um fenômeno complexo que perpassa as situações-limite expressas em manchetes de jornal, que na maioria das vezes culpabilizam jovens e adolescentes pelo caos que a escola pública se encontra. Entendemos que este fenômeno decorre de outros tipos de violência, em especial, da violência estrutural, que é inerente ao modo de produção capitalista. Consideramos também a política econômica neoliberal como uma forma de violência que aumenta as disparidades sociais a medida que o estado se nega a garantir direitos sociais. As discussões deste artigo decorrem dos estudos desenvolvidos pelo projeto de pesquisa “Violência que atinge o cotidiano de escolas das periferias de Londrina/PR: identificações, reflexões e mediações”, o qual tem como objetivo, identificar as diferentes formas de violência que se materializam em escolas públicas. Com a revisão bibliográfica sobre o tema e as visitas em escolas, já pudemos observar que as expressões da questão social fazem com que a escola seja uma instituição suscetível à materialização de ações e re-ações violentas, portanto, os discursos que culpabilizam jovens e adolescentes de forma unilateral, não podem resultar na busca de alternativas para diminuição da violência, mas sim, em aumento de repressão, violação dos direitos humanos e ausência de reflexão crítica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

ANDRÉA PIRES ROCHA, Universidade Estadual de Londrina

Docente do Departamento de Serviço Social da UEL – Universidade Estadual de Londrina; Mestre em Educação pela UEM – Universidade Estadual e Maringá e Doutoranda em Serviço Social da UNESP – Universidade Estadual Paulista, Campus Franca.

Referências

ABROMOVAY, Mirian. Enfrentando a violência nas escolas: um informe do Brasil. UNESCO Brasil. Violência na escola: América Latina e Caribe. Brasília: UNESCO, 2003. p. 89–150.

BOTTOMORE, Tom; OUTHWAITE, William (Org.). Dicionário do Pensamento Social do Século XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996.

COSTA, Ricardo Jorge. Bernard Charlot, professor universitário em Paris, em entrevista a Página da Educação. s/d. http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=2033. acesso em 05/01/2008.

GONÇALVES, Luiz Alberto Oliveira; SPOSITO, Marília Pontes. Iniciativas Públicas de Redução da Violência Escolar no Brasil. Cadernos de Pesquisa, n. 115, p. 101-138, mar./ 2002.

HOBSBAWN, Eric. Era dos Extremos: o breve século XX. 1914 – 1991. Tradução SANTARRITA, Marcos. Rev. Técnica: PAOLI, Maria Célia. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

IANNI, Octavio. Capitalismo, violência e terrorismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004.

LENIN, Vladimir Ilitch. O Estado e a Revolução: o que ensinava o marxismo sobre o Estado e o papel do proletariado na revolução. Tradução Lobo, Aristóteles. São Paulo: Expressão Popular,2007.

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A Ideologia Alemã (Feuerbach). 10. ed. Tradução J. C. Bruni; M. A Nogueira. São Paulo: HUCITEC, 1996.

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A Ideologia Alemã. 2. ed. 3. tiragem. tradução: Luiz Cláudio de Castro e Costa; introdução: Jacob Gorender. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

MÉSZÁROS, István. O poder da ideologia. Tradução Magda Lopes. São Paulo: Ensaio, 1996.

MINAYO, Maria Cecília de Souza; NJAINE, Kathie. Violência na escola: identificando pistas para a prevenção. Interface - Comunic, Saúde, Educ, v. 7, n. 13, p.119-34, ago. 2003.

RONDELLI, Elizabeth. Imagens da violência e práticas discursivas. In: PEREIRA, Carlos Alberto Messeder e outros (Org.). Linguagens da Violência. Rio de Janeiro, Rocco, 2000.

SILVA, José Fernando Siqueira. “Justiceiros” e Violência Urbana. São Paulo: Cortez, 2004.

SILVA, José Fernando Siqueira. O método em Marx e o Estudo da Violência Estrutural. s/d. http://www.franca.unesp.br/O%20Metodo%20em%20Marx.pdf. Acesso em 15/12/2007.

SOARES, Luiz Eduardo. Uma interpretação do Brasil para contextualizar a violência.

PEREIRA, Carlos Alberto et al. Linguagens da Violência. Rio de Janeiro: Rocco, 2000. p. 23–46.

TRASSI, Maria de Lourdes. Adolescência Violência: desperdício de vidas. São Paulo: Cortez, 2006.

VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. Filosofia da Práxis. Tradução: Maria Encarnación Mota. Buenos Aires: Consejo Latinoamericnao de Ciencias Sociales – CLACSO; São Paulo: Expressão Popular, Brasil, 2007.

WACQUANT, Loïc. As duas faces do gueto. Tradução: Paulo Cezar Castanheira. São Paulo: Boitempo, 2008.

WACQUANT, Loïc. As prisões da Miséria. Tradução: André Telles. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

Downloads

Publicado

2009-12-14

Como Citar

PIRES ROCHA, A. . (2009). VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS: FENÔMENO QUE VAI ALÉM DE SITUAÇÕES-LIMITE EXPRESSAS EM MANCHESTES DE JORNAL. Linguagens, Educação E Sociedade, (20), 26–41. Recuperado de https://periodicos.ufpi.br/index.php/lingedusoc/article/view/1490

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

<< < 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.