VIOLÊNCIAS NA ESCOLA E A COLONIALIDADE DO PODER: CONCEPÇÃO EPISTÊMICA DE CULTURA DE PAZ NA DESCOLONIZAÇÃO DO SABER

Autores

  • MARIA DO SOCORRO PEREIRA DA SILVA Universidade Federal do Piauí
  • MARIA GESSI-LEILA MEDEIROS Universidade Federal do Piauí
  • MARIA DO CARMO ALVES DO BOMFIM Universidade Católica

DOI:

https://doi.org/10.26694/les.v0i32.8630

Palavras-chave:

Violências na Escola, Colonialidade do Poder, Cultura de Paz, Educação Emancipadora

Resumo

Este artigo discute a colonialidade do poder e suas repercussões nas práticas de violências que predominam nos territórios da escola brasileira, como resultado histórico dos processos de colonização impostos à sociedade brasileira, com base no pensamento de Abramovay (2006), Bomfim (2013), Gomes (2005), Jares (2010), Quijano (2005), Santos (2010) e outros. As formas de violências na escola refletem o modelo de educação eurocêntrica originado do capitalismo. A violência colonial epistêmica reproduz a “invenção do outro” nos marcos da apropriação/violência pela igualdade invisível como assimilação e pela diferença na forma de inferiorização. Este estudo trata-se de uma pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico que aponta a Cultura de Paz como possibilidade de mediação de conflitos. Defendemos o enfretamento de conflitos como princípio educativo de descolonização das formas de violências que se reproduzem nas relações de poder e de saber no contexto escolar e no conjunto da sociedade. Esse itinerário epistemológico aponta para a necessidade de construção de uma política de Cultura de Paz na escola como concepção alternativa aos métodos autoritários e excludentes impressos na educação contemporânea; reconhece os sujeitos presentes na escola como forças produtoras de novas práticas educativas; questiona a paz como pacificação coercitiva. Nesse sentido, pauta-se que a colonialidade do poder e do saber eurocêntrico tem imposto um padrão de escola, de educação e de invenção do outro. Essa realidade vem reproduzindo discriminações, preconceitos, desigualdades, inferiorização dos sujeitos e atos de violências físicas, simbólicas e culturais, impedindo que a escola cumpra seu papel social de justiça e emancipação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

MARIA DO SOCORRO PEREIRA DA SILVA, Universidade Federal do Piauí

Doutoranda em Educação pela Universidade Federal do Piauí. Mestra em Educação pela UFPI. Bacharelada em Administração. Pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação, Gênero e Cidadania (NEPEGECI) e do Observatório de Juventude e Violências na Escola da Universidade Federal do Piauí (UFPI). 

MARIA GESSI-LEILA MEDEIROS, Universidade Federal do Piauí

Doutoranda em Educação pela Universidade Federal do Piauí (2014-2017). Mestra em Educação pela UFPI. Graduada em Direito e em Letras–Português, ambas pela Universidade Estadual do Piauí. Pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação, Gênero e Cidadania (NEPEGECI) e do Observatório de Juventude e Violências na Escola da Universidade Federal do Piauí (UFPI).

MARIA DO CARMO ALVES DO BOMFIM, Universidade Católica

Doutora em História e Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC). Coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Educação, Gênero e Cidadania (NEPEGI). Professora associada da Universidade Federal do Piauí (UFPI), do Departamento de Fundamentos da Educação (DEFE) e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Piauí.

Referências

ABRAMOVAY, Miriam; CASTRO, Mary Garcia. Caleidoscópio das violências nas escolas. Brasília: Missão Criança, 2006.

ARAÚJO, Miguel Almir Lima de. Os Sentidos da Sensibilidade: sua fruição no fenômeno do educar. Salvador: Ed. UFBA, 2008.

BARROS, Manoel de. Livro das ignorãças. Rio de Janeiro e São Paulo: Record, 1993.

BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Tradução Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

CASTRO-GOMEZ, Santiago. Ciências Sociais, violência epistêmica e o problema da “invenção do outro”. En libro: A colonialidade do saber: eurocentrismo e Ciências Sociais. Perspectivas latino-americanas. Edgardo Lander (Org.). Colección Sur Sur, CLACSO, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina. Setembro 2005. p. 169-186. Disponível em: <http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/lander/pt/CastroGomez.rtf>. Acesso em: 20 dez. 2014.

CHRISPINO, A.; CHRISPINO, R. S. P. Políticas educacionais de redução da violência: mediação do conflito escolar. São Paulo: Biruta, 2002. (Coleção Política Educacional).

CUBAS, Viviane de Oliveira; ALVES, Renato; RUOTTI, Caren. Violência na escola: um guia para pais e professors. São Paulo: Andhep: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2006. 264p

FOUCAULT, Michel. Resumo dos Cursos do Collège de France (1970-1982). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 48. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

GADOTTI, Moacir. Paulo Freire: uma biobibliografia. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire; Brasília: UNESCO, 1996.

GUIMARÃES, Marcelo Rezende. Educação para a paz: sentidos e dilemas. Caxias do Sul: Educs, 2005.

HABERMAS, Jürgen. A inclusão do outro: estudos de teoria política. São Paulo: Loyola, 2002.

HOLANDA. Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 26. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

JARES, Xesús R. Educação para a Paz: sua teoria e sua prática. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.

______. Pedagogia da convivência. Tradução Elisabete de Moraes Santana. São Paulo: Palas Athena, 2008.

KANT, Immanuel. A paz perpétua e outros opúsculos. Tradução A. Mourão. Lisboa: Edições 70, 2009.

MAMA, Amina. Seria ético estudar a África? Considerações preliminares sobre a pesquisa acadêmica e liberdade. SANTOS, Boaventura de Sousa, MENESES, Maria Paula (Org.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010.

MELUCCI, Alberto. Por uma sociologia reflexiva: pesquisa qualitativa e cultura. Petrópolis:Vozes, 2005.

MÉSZÁROS, István. Educação para além do capital. Tradução Isa Taveres. São Paulo:Boitempo, 2005.

MICHAUD, Yves. A violência. Tradução L. Garcia. São Paulo: Ática, 2001.

MONTESSORI, Maria. A educação e a paz. Tradução Sonia Maria Alvarenga Braga. Campinas: Papirus, 2004.

PALUDO, Conceição. Educação Popular: dialogando com redes Latinas Americanas (2002- 2003). In: PONTUAL, Pedro; IRELAND Timothy (Org.). Educação Popular na América Latina: diálogos e perspectivas. Brasília: Ministério da Educação: UNESCO, 2006.

QUIJANO, Anibal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. En libro: A colonialidade do saber: eurocentrismo e Ciencias Socias. Perspectivas latinoamericanas. Edgardo Lander (Org.). Colección Sur Sur, CLACSO, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina. Setembro 2005. p.227-278.

SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (Org.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010.

SIRGADO, Angel Pino. Prefácio. In: SANTOS. Sheila Daniela Medeiros. Sinais dos Tempos: marcas da violência na escola. Campinas: Autores Associados, 2002. (Coleção educação contemporânea). p. 11-20.

Downloads

Publicado

2015-04-27

Como Citar

PEREIRA DA SILVA, M. D. S. ., MEDEIROS, M. G.-L. ., & ALVES DO BOMFIM, M. D. C. . (2015). VIOLÊNCIAS NA ESCOLA E A COLONIALIDADE DO PODER: CONCEPÇÃO EPISTÊMICA DE CULTURA DE PAZ NA DESCOLONIZAÇÃO DO SABER. Linguagens, Educação E Sociedade, (32), 161–182. https://doi.org/10.26694/les.v0i32.8630

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

<< < 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.