EXPERIÊNCIAS E PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO POPULAR NA FORMAÇÃO DO TRABALHADOR
DOI:
https://doi.org/10.26694/les.v0i39.7973Palavras-chave:
Educação popular, Formação do Trabalhador, EJA, ProejaResumo
Numa perspectiva histórica, o texto explora algumas experiências de educação popular (EP) desde suas origens e a partir da construção teórica do campo no contexto latino-americano, bem como da recuperação da memória de práticas educativas populares na afirmação das lutas por justiça social. No contexto brasileiro, busca discutir a EP como uma das matrizes que influenciaram diversas experiências educativas oriundas das lutas dos trabalhadores, com vistas à proposição de políticas públicas de formação voltadas para seus interesses de classe. Investiga-se, a partir da questão problema, como os princípios da EP gestados nessas experiências têm sido apropriados nas diferentes propostas de formação de trabalhadores, em contextos mais recentes do século XXI, em específico no Proeja. O estudo recorre a fontes histórico-documentais, a bases teórico-metodológicas da EP e sua fundamentação epistemológica. Na interlocução com Mejía Jiménez (2013), Paludo (2001), Fávero (2013), Brandão (2008); Ghiraldelli Jr. (1987), Torres Carrillo (2013) dentre outros, as experiências educativas na formação de trabalhadores são exploradas, nas suas dimensões histórica, política e prática. A retomada do movimento histórico das experiências de educação popular, presentes nas lutas dos trabalhadores e sua efetivação em proposições e práticas mais recentes, permite-nos inferir a apropriação que tem sido feita desses princípios, em propostas como a do Proeja, na sua perspectiva de formação humana integral.
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