PRODUÇÃO DAS PRÁTICAS CURRICULARES DE PROFESSORAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA: AÇÕES ARTICULATÓRIAS COM AS POLÍTICAS DE AVALIAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.26694/les.v0i43.9607Palavras-chave:
Práticas curriculares, Políticas de avaliação, Teoria do DiscursoResumo
Este artigo se insere no debate sobre currículo, tendo como objetivo analisar como são produzidas as práticas curriculares de professores da educação básica diante da função reguladora das políticas de avaliação. Para tanto, introduz uma discussão que rejeita a compreensão de currículo como prescrição estática que objetiva definir a prática (SILVA; ALMEIDA, 2013), e o entende como mediação entre o que é proposto pelas políticas e o que é ressignificado na prática (MACEDO; OLIVEIRA; MANHÃES; ALVES, 2011), bem como evidencia como as exigências cada vez maiores do Estado sob o trabalho do professor, corporificada através das avaliações externas (GONÇALVES; ALMEIDA; LEITE, 2018), tem resultado na desvalorização do trabalho cotidiano realizado nas escolas. Diante disso, foram realizadas entrevistas e observações das práticas curriculares de professoras dos anos iniciais do ensino fundamental do município de Caruaru, Pernambuco, onde, a partir da Teoria do Discurso (LACLAU; MOUFFE, 2000), buscamos atender o objetivo proposto. A análise dos dados permitiu perceber no contexto investigado, a produção das práticas curriculares a partir do reordenamento, adaptação e reinvenção, principalmente do planejamento das professoras, que passou a prever atividades que tinham por objetivo atender as exigências das políticas de avaliações externas. Identificamos que através desse reordenamento, as professoras produziram relações com os pares, que resultaram na proposição de projetos e atividades que buscavam ter por referência essas exigências. Sinalizamos, dessa maneira, que inscritas em processos de regulação, as professoras criaram formas de atender às demandas do controle do Estado a partir da produção de certo interacionismo profissional.
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