EDUCAÇÃO ESPECIAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL: NARRATIVAS DE PEDAGOGAS SOBRE A CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26694/rles.v27i53.3818

Palavras-chave:

Educação Especial; Educação Inclusiva; Educação Infantil; Pedagogia; Narrativas.

Resumo

Este estudo investiga o ensino de crianças público-alvo da Educação Especial. Tem como objetivo compreender e analisar como pedagogas concebem as crianças com deficiência e viabilizam suas práticas educativas na Educação Infantil. A pesquisa fundamenta-se teórico e metodologicamente na perspectiva histórico-cultural do desenvolvimento humano, em especial, nas elaborações de Lev Semionovitch Vigotski sobre a constituição social do desenvolvimento humano e suas proposições sobre as condições de possibilidades de desenvolvimento de crianças com deficiência. Ancora-se no método histórico-dialético e nos estudos biográficos ao trazer a narrativa como instância simbólica da linguagem e como instrumento de elaboração para a produção do trabalho empírico. A construção dos dados foi realizada em uma escola pública municipal de uma cidade de médio porte do interior do estado de São Paulo, durante o ano letivo de 2022, registradas por meio de entrevistas narrativas com seis pedagogas que atuam na Educação Infantil. Os resultados encontrados apontam para a necessidade de uma mudança educacional, que contemple um ensino real e efetivo para as crianças público-alvo da Educação Especial, um modelo de política, uma escola, uma prática pedagógica que promova as crianças com deficiência oportunidades não apenas de estar no meio social, mas de atuar nele, como protagonistas, como sujeitos capazes de aprender e se desenvolver.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rodrigo Barbuio, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Pós-Doutorando na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). Doutorado em Educação na Universidade São Francisco (USF).Mestrado em Educação no Centro Universitário Moura Lacerda (CUML). Membro do grupo de pesquisa, Relações de Ensino e Trabalho Docente (USF). Realiza pesquisas e projetos de investigação relacionados aos seguintes temas: Educação Especial; Educação Inclusiva; Narrativas (auto)biográficas com alunos público-alvo da Educação Especial. 

Referências

AMARAL, L. A. Conhecendo deficiência (em companhia de Hércules). São Paulo: Robe, 1995.

AMARAL, L. A. Sobre crocodilos e avestruzes: falando de diferenças físicas, preconceitos e sua superação. In: AQUINO, J. G. (org.). Diferenças e preconceito na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1998. p. 11- 30.

ANJOS, B.; MORAIS, N. A. Las experiencias de familias con hijos autistas: revisión integrativa de la literatura. Ciencias Psicológicas, Montevideo, v. 15, n. 1, p. 1-21, 2021.

AMARAL, M. H; MONTEIRO, M. I. B. A formação de Professores no GT 15 – Educação Especial da ANPED – entre diálogos e (novas) pistas. Revista Brasileira Educação Especial, Bauru, v. 25, n.2, p. 301-318, abr./jun. 2019.

ANDRADE, J. M. A.; FREITAS, A. P. Possibilidades de atuação do professor de educação física no processo de aprendizagem de alunos com deficiência. Movimento, Porto Alegre, v. 22, n. 4, p. 1163- 1173, out. 2016.

BARBUIO, R.; CAMARGO, E. A. A; FREITAS, A. P. A participação de uma aluna em condição de deficiência intelectual nas aulas de Educação Física. In: PAVAN, L. S. (ed.). Avaliação, Políticas e Expansão da Educação Brasileira. Ponta Grossa: Atena, 2019. v. 3. p. 24-39.

BARBUIO, R. Eu também quero falar! Narrativas de alunos com deficiência e com Transtorno do Espectro do Autismo sobre a escola comum e as aulas de Educação Física. 2021. 166 f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação, Universidade São Francisco, Itatiba, 2021.

BOLÍVAR, A.; DOMINGO, S.; FERNÁNDEZ, C. M. Pesquisa narrativa biográfica em educação. Abordagem e metodologia. Madrid: Wall, 2001.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. 23 de dez. 1996.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília, DF: MEC/SEB, 1998.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEB, 2006a.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Parâmetros Básicos de InfraEstrutura para Instituições de Educação Infantil. Brasília: MEC/SEB, 2006b.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Política Nacional de Educação Infantil: pelo direito das crianças de zero a seis anos à educação. Brasília: MEC/ SEB, 2006c.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Especial. Política nacional de Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva. Brasília, DF: SEESP/ MEC, 2008.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Indicadores da qualidade na Educação Infantil. Brasília: MEC/SEB, 2009.

DAINEZ, D. Desenvolvimento e deficiência na perspectiva histórico-cultural: contribuições para educação especial e inclusiva. Revista de psicología, Santiago, v. 26, n. 2, p. 151- 160, 2017.

DAINEZ, D.; FREITAS, A. P. de. Concepção de educação social em Vigotski: apontamentos para o processo de escolarização de crianças com deficiência. Revista Horizontes, Itatiba, v. 36, n. 3, p. 145-156, set./dez. 2018.

DRAGO, R. Inclusão escolar e atendimento educacional especializado no contexto do projeto político pedagógico. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação-Periódico científico editado pela ANPAE, Brasília, v. 27, n. 3, p. 433-452, 2011.

FIORINI, M. L. S.; MANZINI, E. J. Estratégias de professores de Educação Física para promover a participação de alunos com deficiência auditiva nas aulas. Revista Brasileira de Educação Especial, Bauru, v. 24 n. 2, p. 183-198, abr./jun. 2018.

FREITAS, A. P. de; MONTEIRO, M. I. B.; CAMARGO, E. A. A. Contradições no/do cotidiano escolar: professores e alunos com deficiência diante do ensino na diversidade. Horizontes, Campinas, v. 33, n. 2, p. 27-36, 2015.

FREITAS, A. P. de. A narrativa (auto)biográfica como meio/modo de elaboração de conhecimento de alunas de pedagogia no contexto da educação inclusiva. In: BERNARDES, M. E. M. (org.) Narrativas e Psicologia da Educação: pesquisa e formação. São Paulo: Terracota, 2019. p. 43-66.

GINZBURG, C. Mitos, emblemas e sinais: morfologia e história. São Paulo: Cia. das Letras, 1989.

GÓES, M. C. R. Relações entre desenvolvimento humano, deficiência e educação: contribuições da abordagem histórico-cultural. In: OLIVEIRA, M. K.; SOUZA, D.T. R.; REGO, T. C. Psicologia, educação e as temáticas da vida contemporânea. São Paulo: Editora Moderna, 2002. p. 95-114.

GÓES, M. C. R.; LAPLANE, A. L. F. Políticas e Práticas de Educação Inclusivas. Campinas: Autores Associados, 2002.

GÓES, M. C. R. As contribuições da abordagem histórico-cultural para a pesquisa em educação especial. In: BAPTISTA, C. R; CAIADO, K. R. M.; JESUS, D. M. (org.). Educação especial: diálogo e Pluralidade. Porto Alegre: Mediação, 2008. p. 37-46.

GREGUOL, M.; MALAGODI, B. M.; CARRARO, A. Inclusão de alunos com deficiência nas aulas de Educação Física: atitudes de professores nas escolas regulares. Revista Brasileira de Educação Especial, Bauru, v. 24, n. 1, p. 33-44, mar. 2018.

KASSAR, M. C. M. Marcas da história social no discurso de um sujeito: uma contribuição para a discussão a respeito da constituição social da pessoa com deficiência. Caderno Cedes, Campinas, v. 20, n. 50, p. 41-54, 2000.

KASSAR, M. C. M. O sujeito, a marginalidade e o jogo de sentidos. In: SMOLKA, A. L. B.; NOGUEIRA, A. L. H. (org.). Questões de desenvolvimento humano: práticas e sentidos. Campinas: Mercado de Letras, 2010. p. 171-192.

KASSAR, M. C. M.; REBELO, A. S.; OLIVEIRA, R. T. C. Embates e disputas na política nacional de Educação Especial brasileira. Educação e pesquisa, São Paulo, v. 45, p. 1-19, ago. 2019.

KELLY, B. O. A mágica da exclusão: sujeitos invisíveis em salas especiais. 2012. 158 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade de Brasília, Brasília, 2012.

MACHADO, M. S.; LONDERO, A. D.; PEREIRA, C. R. R. Tornar-se família de uma criança com Transtorno do Espetro Autista. Contextos Clínicos, São Leopoldo, v. 11, n. 33, p. 335-350, 2018.

MARQUES, E. S. A; CARVALHO, M. V. C. Vivência e prática educativa: a relação afeto-intelecto mediando modos de ser professor e aluno. Obutchénie: Revista de Didática e Psicologia Pedagógica, Uberlândia, v. 3, n. 2, p. 1-25, maio/ago. 2019.

OLIVEIRA, I. M.; PADILHA, A. M. L. Atendimento Educacional Especializado para crianças de zero a três anos. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO ESPECIAL, 6. Nova Almeida, ES. Anais..., 2011, v.1, p.1-17.

OLIVEIRA, I. M. Educar e cuidar na educação infantil: possibilidades de aprofundamento teórico. In: TOMASIELO, M. G. C. Didática e Prática de Ensino na realidade escolar contemporânea: constatações, análises e proposições. Araraquara: Junqueira&Marin, 2012, v. 3. p. 5939-5950.

OLIVEIRA, I. M. O aluno da educação especial, a escola regular e as práticas pedagógicas. In: OLIVEIRA, I. M.; RODRIGUES, D.; JESUS, D. M. de (Orgs.). Formação de professores, práticas pedagógicas e inclusão escolar: perspectivas luso-brasileiras. Vitória: Edufes, 2017. p. 235-259.

SANTOS, F. F.; SOUZA, M. M. A.; SANTOS, J. O. L. Fatores Potencializadores e/ou Dificultadores do Processo de Inclusão de alunos com deficiência nas aulas de Educação Física. Educação (UFSM), Santa Maria, v. 45, p. 105-125, 2020.

SARMENTO, T. Narrativas (auto) biográficas de crianças: alguns pontos em análise. In: PASSEGGI, M. C. (org.). Pesquisa (auto) biográfica em educação infâncias e adolescências em espaços escolares e não escolares. Natal-RN: Editora da EDUFRN, 2018. p. 123-143.

SILVA, R. H. R.; MACHADO, R.; SILVA, R. N. Golpe de 2016 e a educação no Brasil: implicações nas políticas de educação especial na perspectiva da educação inclusiva. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, v. 19, p. 1-23, 2019.

SOUZA, N. N. Concepções de educadoras de creches sobre o desenvolvimento da criança na faixa etária de zero a três anos. 2008. Dissertação (Mestrado em Educação). Setor de Educação, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2008.

SOUZA, F. F.; SMOLKA, A. L. B. Políticas de Educação Inclusiva: a escola como lugar de constituição de corpos/sujeitos com deficiências. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DO ESPORTE (CONBRACE), 16., CONGRESSO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS DO ESPORTE (CONICE), 3., 2009, Salvador. Anais [...]. Salvador: [S. n.], 2009. p. 1-13.

SOUZA, F. F. Políticas de educação inclusiva: análise das condições de desenvolvimento dos alunos com deficiência na instituição escolar. 2013. 297 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2013.

SOUZA, R. F. A.; SOUZA, J. C. P. Os desafios vivenciados por famílias de crianças diagnosticadas com Transtorno de Espectro Autista. Perspectivas em Diálogo, Naviraí, v. 8, n. 16, p. 164-182, 2021.

Resolução nº 4, de 13 de julho de 2010. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. Diário Oficial da União. Brasília, 2010.

VIGOTSKI, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

VIGOTSKI, L. S. Obras escogidas. Tomo III. Madri: Visor, 1995

VIGOTSKI, L. S. Obras escogidas. Tomo V. Madrid: Visor, 1997.

VIGOTSKI, L. S. Manuscrito de 1929. Educação & Sociedade, Campinas, v. 21, n. 71, p. 21-44, 2000.

VIGOTSKI, L. S. Psicologia pedagógica. 3. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.

Downloads

Publicado

2023-03-24

Como Citar

Barbuio, R. (2023). EDUCAÇÃO ESPECIAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL: NARRATIVAS DE PEDAGOGAS SOBRE A CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA. Linguagens, Educação E Sociedade, 27(53), 196–219. https://doi.org/10.26694/rles.v27i53.3818

Artigos Semelhantes

<< < 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.