AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO ESCOLAR NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM ADOLESCENTES NUTRIDOS E DESNUTRIDOS DE ESCOLAS MUNICIPAIS RURAIS DE TERESINA – PIAUÍ.

Autores

  • AHÉCIO KLEBER ARAÚJO BRITO Universidade Federal do Piauí
  • ACÁCIO SALVADOR VÉRAS SILVA Universidade Federal do Piauí

Palavras-chave:

Educação Física, Estado Nutricional, Desempenho Escolar, Avaliação

Resumo

Considerando a importância da educação física escolar como disciplina que favorece ao educando o desenvolvimento dos domínios cognitivo, motor e afetivo, a aquisição de habilidades corporais e maior interação social, avalia-se o desempenho escolar nas aulas de educação física, através de aspectos educacionais e da aptidão física relacionada à saúde, em escolares nutridos e desnutridos de escolas municipais rurais de Teresina - Piauí. Dentre as 10 escolas municipais rurais, com ensino fundamental de 1a à 8a série, são selecionadas, aleatoriamente, quatro estabelecimentos de ensino. Em se tratando da seleção dos adolescentes, recorre-se à amostra não probabilística por voluntários, totalizando 183 estudantes (98 meninos e 85 meninas), com idade variando entre 13 a 15 anos e com participação efetiva nas aulas de educação física. No que concerne aos aspectos educacionais, são avaliados os critérios interesse e participação nas referidas aulas. Quanto à avaliação da aptidão física relacionada à saúde, os dados coletados referemse aos componentes: força/ resistência muscular; resistência cardiorrespiratória e flexibilidade. O estado nutricional é determinado através do critério antropométrico, ou seja, medidas de peso e altura correlacionadas com a idade, adotando-se, para tanto, dois índices antropométricos, recomendados pela Organização Mundial da Saúde: (a) índice altura/idade, sensível a processos crônicos de desnutrição; (b) índice de massa corporal/idade, sensível a processos agudos de desnutrição. Os dados encontrados evidenciam a prevalência de 30,61% de meninos e 30,58% de meninas, como portadores de desnutrição, entre a amostra estudada, com maior incidência de desnutrição crônica. Embora o nível de participação não apresente diferenças significativas, os demais resultados dos escolares nutridos, em ambos os sexos, são significativamente superiores aos dos desnutridos, nas medidas peso e altura, no aspecto interesse e em quase todos os componentes da aptidão física, exceto na flexibilidade para o sexo feminino. Em termos gerais, a análise dos resultados permite inferir que a desnutrição protéico-energética exerce influência negativa no desempenho escolar nas aulas de educação física. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

AHÉCIO KLEBER ARAÚJO BRITO, Universidade Federal do Piauí

Mestre em Educação e Professor Assistente Universidade Federal do Piauí

ACÁCIO SALVADOR VÉRAS SILVA, Universidade Federal do Piauí

Professor Adjunto Doutor Universidade Federal do Piauí.

Referências

AMERICAN ALLIANCE FOR HEALTH, PHYSICAL EDUCATION RECREATION AND DANCE (AAHPERD). Health related physical fitness test manual. Virginia: 1980.

ANDERSON, L. A. et all. Nutrição. 17.ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1888.

ANJOS, L. A.; BOILEAU, R. A. Performance de garotos desnutridos e não desnutridos em determinados testes físicos. Revista Brasileira de Ciências e Movimento, São Caetano do Sul, v. 2, n. 1, p. 21-29, 1988.

BARBANTI, V. J. Aptidão física relacionada à saúde. Itabira: Secretaria Municipal [de Saúde], 1983.

BÖHME, M. T. S. Desenvolvimento motor: aspectos a serem considerados na elaboração de um programa de educação física para crianças de 7 a 10 anos. Revista Brasileira de Ciências e Movimento, São Caetano do Sul, v. 2, n. 2, p. 39-42, 1988.

BORBA, S. M. Influência da desnutrição sobre o desenvolvimento cognitivo; estudo de respostas motora, verbal e verbo-motora a estímulos luminosos. Recife:UFPE,1989. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Faculdade de Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco, 1989.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto (MEC). Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: educação física. Brasília: 1997.

CORBIN, C. B., FOX, K. Flexibility: The forgotten part of fitness. I: BIDDLES. Healthrelated fitness in physical education. London: Ling, p. 45 – 52, 1987.

DANTAS, E. H. M. Flexibilidade: alongamento e flexionamento. 4. ed. Rio de Janeiro:Shape, 1999.

FOOD OF AGRICULTURE ORGANIZATION. FAO publication catalogue. Rome: 1996.

FRANÇA, N. M. Estado nutricional, crescimento e desenvolvimento de crianças brasileiras. Revista Brasileira de Ciências e Movimento, São Caetano do Sul, v. 5, n. 4, p.7-7, 1991.

GUEDES, D. P.; GUEDES, J. E. P. Crescimento e desempenho motor em escolares do município de Londrina, Paraná. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 9, n. 1, p.58 - 70, 1993a. Suplemento.

HEYMSFIELD, S. B., STEVENS, V., NOEL, R.; MCMANUS, C., SMITH, J., NIXON, D. Biochemical composition of muscle in normal and semistarved human subjects: relevance to antropometric measurement. Journal Clinic Nutrition, [s. l.], v. 36, n. 1, p. 131 - 142, 1982.

HUMPHREY, D. L. Flexibility. Journal of Physical Education, Recreation & Dance, Heston, v. 52, n. 7, p. 41- 43, Sept. 1981.

KATCH, F. I., MCARDLE, W. D. Nutrição, exercício e saúde. 4. ed. Rio de Janeiro: Medsi,1996.

MATSUDO, V. K. R. Testes em ciências dos esportes. 4. ed. São Caetano do Sul: CELAFISCS, 1987.

MONTEIRO, C. A. Saúde e nutrição das crianças de São Paulo. São Paulo: HUCITEC/ EDUSP, 1988.

MONTEIRO, C. A.; BENÍCIO, M. H. d’A.; FREITAS, I. C. M. de. Melhoria de indicadores de saúde associados à pobreza no Brasil dos anos 90; descrição, causas e impacto sobre desigualdades regionais. São Paulo: NUPENS/USP, 1997.

NATIONAL CENTER FOR HEALTH STATISTICS (NCHS). Growth curves of children birth - 18 years. [s.l.]: United States Department of Health, Education and Welfare, 1977.

SINGER, R. N., DICK, W. Ensinando educação física; uma abordagem sistêmica. Porto Alegre: Globo, 1980.

TANI, G.; KOKUBUN, E.; MANOEL, E. J. Educação física escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. São Paulo, EPU/EDUSP, 1988.

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Physical status: the use and interpretation of antropometry. Geneva: 1995.

ZUCAS, S. M. Estado nutricional e aptidão física em pré-escolares. Rio de Janeiro: FENAME, 1993.

Downloads

Publicado

2005-12-12

Como Citar

ARAÚJO BRITO, A. K. ., & VÉRAS SILVA, A. S. . (2005). AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO ESCOLAR NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM ADOLESCENTES NUTRIDOS E DESNUTRIDOS DE ESCOLAS MUNICIPAIS RURAIS DE TERESINA – PIAUÍ. Linguagens, Educação E Sociedade, (13), 123–136. Recuperado de https://periodicos.ufpi.br/index.php/lingedusoc/article/view/1457

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

<< < 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.