ARTE URBANA, JUVENTUDE E EDUCAÇÃO SENTIMENTAL: entre a cidade e o ciberespaço (experiências etnográficas)

Autores

  • GLÓRIA DIÓGENES Universidade Federal do Ceará

Palavras-chave:

antropologia das ruas, ciberespaço, ritos jovens, arte urbana, educação sentimental

Resumo

Este texto é parte de uma pesquisa de pós-doutorado efetuada em Lisboa durante o ano de 2013, sobre arte urbana e graffiti. O artigo aborda dinâmicas juvenis no âmbito da arte de rua, seguindo linhas e movimentos efetuados entre ambientes presenciais urbanos e o ciberespaço. A arte urbana expande-se nas avenidas digitais e põe em cena atores que transcendem lugares, tempos e classificações geracionais. Parte-se do pressuposto de que as mutações efetuadas entre o pichador/ graffiter ilegal – em direção ao artista urbano – sinalizam, também, um ritual de passagem entre um tipo de juventude e uma condição adulta, podendo ser identificadas como marcadores geracionais. A linha narrativa do texto seguirá o percurso de dois narradores-chave: Grud, artista urbano residente em Fortaleza/Brasil, e Hazul Luzah, morador da cidade do Porto/Portugal. Por meio da arte urbana, de acordo com os interlocutores da pesquisa, produz-se um tipo de educação dos sentimentos, movida por percepções, vínculos e sentidos múltiplos de apropriação da cidade e de suas vias no ciberespaço. Cabe ao artista urbano, assim como ao antropólogo que se agita entre redes, munir-se de um dispositivo nômade, misturar-se, deslocar-se, registrar e refazer, se assim for, traços, cores e estilos de sua assinatura nas malhas da cidade e nos sítios digitais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

GLÓRIA DIÓGENES, Universidade Federal do Ceará

Professora doutora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e Coordenadora do Laboratório das Juventudes (Lajus) da UFC. Atualmente, é investigadora visitante do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. 

Referências

AGAMBEN, Giorgio. Nudez. Lisboa: Relógio d’Água, 2010.

______. O homem sem conteúdo. Lisboa: Relógio d’Água, 2012.

APPADURAI, Arjun. Dimensões culturais da globalização. Lisboa:Teorema, 1996.

BERMAN, Marshal. Tudo que é sólido desmancha no ar: a aventura da Modernidade. São Paulo: Companhia da Letras, 1988.

BOURDIEU, Pierre. As regras da arte: gênese e estrutura do campo literário. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

CAMPOS, Ricardo. Arte e antropologia? Para uma espécie de introdução. Cadernos de Arte e Antropologia, v. 1, n. 1, 2012. Disponível em: http://www.portalseer.ufba.br/index.php/cadernosaa/article/view/5608/4048. Acesso em: 11 jul. 2013.

______. A pixelização dos muros: graffiti urbano, tecnologias digitais e cultura visual contemporânea. Revista Famecos, Porto Alegre, v. 19, n. 2, p. 543-566, maio-ago. 2012. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/viewFile/12338/8284. Acesso em: 12 jul. 2013.

DE CERTEAU, Michel. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1994.

DELEUZE, Giles. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. São Paulo:Editora 34, 1997.

______. Qu’est-ce que la philosophie? Paris: Minuit, 1991.

______; GUATTARI, Félix. Lógica do sentido. São Paulo: Perspectiva, 1998.

DIÓGENES, Glória. Cartografias da cultura e da violência: gangues,galeras e o movimento hip-hop. São Paulo: Annablume, 1998.

______. A pichação e os signos urbanos juvenis: “metendo nomes” no ciberespaço. Anais do 36º Encontro Nacional da Anpocs, Águas de Lindóia, 21-25 out. 2012.

GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro:Zahar, 1978.

GUATTARI, Félix; ROLNIK, Suely. Micropolítica: cartografias do desejo. Petrópolis: Vozes, 1986.

HERSCHMANN, M. O funk e o hip-hop invadem a cena. Rio de Janeiro: UFRJ, 2000.

MCAULIFFE, Cameron. Graffiti ou street art? Disponível em: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1467-9906.2012.00610.x/full. Acesso em: 14 jul. 2013.

PAIS, Machado. Culturas juvenis. Lisboa: Imprensa nacional; Casa da Moeda, 1993.

______; BLASS, Leila da Silva. Tribos urbanas: produção artística e identidades. Lisboa: Instituto de Ciências Sociais, 2004.

PALLAMIN, Vera. Arte urbana. São Paulo: Fapesp, 2000. Disponível em: http://www.fau.usp.br/fau/ensino/docentes/deptecnologia/v_pallamin/arte_urbana_livro.pdf. Acesso em: 8 jul. 2013.

PEIRANO, Mariza. Rituais ontem e hoje. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,2003.

PINK, Sarah. The future of visual anthropology: engaging the senses. London; New York: Routledge, 2006.

SILVA, Armando. Imaginários urbanos. São Paulo: Perspectiva; Bogotá (Colômbia): Convênio Andes Bello, 2001

Downloads

Publicado

2013-06-10

Como Citar

DIÓGENES, G. . (2013). ARTE URBANA, JUVENTUDE E EDUCAÇÃO SENTIMENTAL: entre a cidade e o ciberespaço (experiências etnográficas). Linguagens, Educação E Sociedade, (29), 51–76. Recuperado de https://periodicos.ufpi.br/index.php/lingedusoc/article/view/1342

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

<< < 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.