ARTE URBANA, JUVENTUDE E EDUCAÇÃO SENTIMENTAL: entre a cidade e o ciberespaço (experiências etnográficas)
Palavras-chave:
antropologia das ruas, ciberespaço, ritos jovens, arte urbana, educação sentimentalResumo
Este texto é parte de uma pesquisa de pós-doutorado efetuada em Lisboa durante o ano de 2013, sobre arte urbana e graffiti. O artigo aborda dinâmicas juvenis no âmbito da arte de rua, seguindo linhas e movimentos efetuados entre ambientes presenciais urbanos e o ciberespaço. A arte urbana expande-se nas avenidas digitais e põe em cena atores que transcendem lugares, tempos e classificações geracionais. Parte-se do pressuposto de que as mutações efetuadas entre o pichador/ graffiter ilegal – em direção ao artista urbano – sinalizam, também, um ritual de passagem entre um tipo de juventude e uma condição adulta, podendo ser identificadas como marcadores geracionais. A linha narrativa do texto seguirá o percurso de dois narradores-chave: Grud, artista urbano residente em Fortaleza/Brasil, e Hazul Luzah, morador da cidade do Porto/Portugal. Por meio da arte urbana, de acordo com os interlocutores da pesquisa, produz-se um tipo de educação dos sentimentos, movida por percepções, vínculos e sentidos múltiplos de apropriação da cidade e de suas vias no ciberespaço. Cabe ao artista urbano, assim como ao antropólogo que se agita entre redes, munir-se de um dispositivo nômade, misturar-se, deslocar-se, registrar e refazer, se assim for, traços, cores e estilos de sua assinatura nas malhas da cidade e nos sítios digitais.
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