REDES MEDIADORAS DE APOIO E PROTEÇÃO NA TRAJETÓRIA DE ADOLESCENTES VÍTIMAS DE BULLYING ESCOLAR E OS PROCESSOS DE RESILIÊNCIA EM-SI

Autores

  • MARCOS VINICIUS FRANCISCO Universidade Estadual Paulista
  • RENATA MARIA COIMBRA Universidade Estadual Paulista

DOI:

https://doi.org/10.26694/les.v0i41.6136

Palavras-chave:

bullying escolar, redes mediadoras de proteção, resiliência em-si, teoria histórico-cultural

Resumo

Neste artigo, analisou-se o impacto das redes mediadoras de apoio e proteção na trajetória de adolescentes vítimas de bullying escolar, favorecedoras da resiliência em-si. Como referencial foi utilizada a teoria histórico-cultural, que tem como base o materialismo histórico dialético. Os(as) participantes da pesquisa foram 06 jovens de uma escola pública, localizada no interior paulista. Como procedimentos metodológicos, adotaram-se entrevistas semiestruturadas com os participantes, para problematização do conteúdo implícito nas fotografias tiradas por eles e nas filmagens de um dia de suas vidas. Os resultados apontaram que, dentre as redes mediadoras de proteção, as relações interpessoais e familiares tiveram papel decisivo na vida dos(as) participantes, ao funcionarem como um ponto de apoio diante das adversidades vivenciadas, inclusive, as promotoras de bullying escolar. Muitas das práticas e atividades sociais experienciadas também funcionaram como mecanismos mediadores de proteção, pois permitiram que eles(as) se sentissem valorizados(as) e reconhecidos(as) pelo coletivo. No entanto, por mais que as redes pesquisadas, por meio dos processos de “resiliência em-si” tenham cumprido papel essencial ao auxiliá-los(as) no enfrentamento da condição em que se encontravam, não há como desconsiderar a continuidade do bullying escolar no sistema de organização capitalista. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

MARCOS VINICIUS FRANCISCO, Universidade Estadual Paulista

Doutor em Educação pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista (FCT/UNESP). Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE).  

RENATA MARIA COIMBRA, Universidade Estadual Paulista

Doutora em Psicologia Escolar e Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do Departamento de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista (FCT/UNESP).  

Referências

ALMEIDA, A. A.; CAURCEL, M. J. Scan-bullying. Universidade do Minho: Braga, 2005.

AVILÉS, J. M. Éxito escolar y ciberbullying. Boletín de Psicología, Valencia-ES, n.98, p.73-85, mar. 2010.

ASBAHR, F. S. F. Por que aprender isso professora? Sentido pessoal e atividade de estudo na Psicologia Histórico-Cultural. 2011. 220f. Tese (Doutorado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento humano) – Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo.

BANDEIRA, C. M. Bullying: auto-estima e diferenças de gênero. 2009. 69f. Dissertação (Mestrado em Psicologia). Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

BOTTEL, M. L.; BERMÚDEZ, M. R. Bullying: aspectos históricos, culturales y sus consecuencias para la salud. Revista Cubana de Medicina General Integral, La Habana,v. 33, n. 1, p. 154-162, jan./mar. 2017. Disponível em: <http://scielo.sld.cu/pdf/mgi/v33n1/mgi14117.pdf>. Acesso em: 27 nov. 2018.

BRUNO, L. Educação e desenvolvimento econômico no Brasil. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v.16, n.48, p.545-562, set./dez. 2011.

DUARTE, N. A individualidade para-si: contribuição a uma teoria histórico-social da formação do indivíduo. 2. ed. Campinas: Autores Associados, 1999.

DUARTE, N. Educação escolar, teoria do cotidiano e a escola de Vigotski. 4. ed. Campinas: Autores Associados, 2007.

DUARTE, N. A importância da concepção de mundo para a educação escolar: porque a pedagogia histórico-crítica não endossa o silêncio de Wittgenstein. Germinal: Marxismo e Educação em Debate, Salvador, v. 7, n. 1, p. 8-25, jun. 2015.

EDWARDS, A.; APOSTOLOV, A. A cultural-historical interpretation of resilience: the implications for practice. Critical Social Studies, Basingstoke-UK, v.09, n.01, p.70-84,jan./jun.2007.

FACCI, M. G. D.; TULESKI, S. C.; BARROCO, S. M. S. Escola de Vigotski:contribuições para a Psicologia e a Educação. Maringá: Eduem, 2009.

FRANCISCO, M. V.; COIMBRA, R. M. Análise do bullying escolar sob o enfoque da psicologia histórico-cultural. Estudos de Psicologia, Natal, v. 20, n. 3, p. 184-195, jul./set.2015.

GANDRA, L. M. M.; VIOTTO FILHO, I. A. T.; PONCE, R. F. A criança e seu processo de desenvolvimento na atualidade: uma visão histórico-cultural. In: VIOTTO FILHO,Irineu Aliprando Tuim; PONCE, Rosiane de Fátima (Orgs.). Psicologia & Educação: perspectivas críticas para a ação psicopedagógica. Birigui: Boreal Editora, 2012.

GILLEN, J. et al. A Day in the Life: advancing a methodology for the cultural study of development and learning in early childhood. Early Child Development and Care,London-UK, v.177, n.2, p.207-218. 2006.

HELLER, A. Sociologia de la vida cotidiana. Barcelona: Península, 1977.

HELLER, A. O cotidiano e a história. 8ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000.

HESPANHA, P. Individualização, fragmentação e risco social nas sociedades globalizadas. Revista Crítica de Ciências Sociais, Coimbra-PT, n.63, p.21-31, out. 2002.

LEONTIEV, A. N. O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa: Livros Horizonte, 1978.

LEONTIEV, A. N. Actividad, conciencia, personalidad. 2. ed. La Habana: Editorial Pueblo y Educación, 1983.

LEONTIEV, A. N. Uma contribuição à teoria do desenvolvimento da psique infantil. In: VIGOTSKI, Lev Seminovich; LURIA, Alexander Romanovich; LEONTIEV, Alexis Nikolaevich. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. 2. ed. São Paulo: Ícone,1989.

LIBÓRIO, R. M. C. Construindo resiliência através da participação em práticas culturais: a articulação entre os indivíduos e processos inter-relacionais e comunitários na facilitação do protagonismo. Relatório de pesquisa - FAPESP, 2011. (não publicado).

LISBOA, C.; BRAGA, L. L.; EBERT, G. O fenômeno bullying ou vitimização entre pares na atualidade: definições, formas de manifestação e possibilidades de intervenção. Contextos Clínicos, São Leopoldo, v. 2, n.1, p. 59-71, jan./jun. 2009.

MARTINS, L. M. Análise sócio-histórica do processo de personalização de professores. 2001. 194f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília.

MARTINS, L. M. A natureza histórico-social da personalidade. Caderno Cedes, Campinas, v.24, n.62, p.82-99, abr. 2004.

MARTINS, L. M. A formação social da personalidade do professor: um enfoque vigotskiano. Campinas: Autores Associados, 2011.

MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã. 11. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1974.

OLIVEIRA, B. O trabalho educativo: reflexões sobre paradigmas e problemas do pensamento pedagógico brasileiro. Campinas: Autores Associados. 1996.

PAULO NETTO, J. Introdução ao estudo do método de Marx. São Paulo: Expressão Popular, 2011.

OLWEUS, D. Conductas de acoso y amenaza entre escolares. 3. ed. Madrid: Ediciones Morata, 2006.

SAVIANI, D. Educação socialista, Pedagogia Histórico-Crítica e os desafios da sociedade de classes. In: LOMBARDI, J. C.; SAVIANI, D. Marxismo e educação: debates contemporâneos. 2.ed. Campinas: Autores Associados; HISTEDBR, 2008, p. 223-274.

SAVIANI, D.; DUARTE, N. Pedagogia histórico-crítica e lutas de classes na educação escolar. Campinas: Autores Associados, 2012.

SILVA, C. R.; SILVA, L. F.; MARTINS, S. T. F. Marx, ciência e educação: a práxis transformadora como mediação para a produção do conhecimento. In: I EBEM – Encontro Brasileiro de Educação e Marxismo, v.1, n.1, 2006, Bauru. Anais... Bauru: UNESP, 2006,p.7-18.

TAFFAREL, C. N. Z. Pedagogia histórico-crítica e metodologia de ensino criticosuperadora da educação física: nexos e determinações. Nuances: estudos sobre educação, Presidente Prudente, v. 27, n. 1, p. 05-23, jan./abr. 2016.

UNGAR, M. The negotiating resilience project: protective processes of children in transtition across cultures and contexts. Manual de Pesquisa não publicado. 2008.

UNGAR, M.; BROWN, M.; LIEBENBERG, L.; OTHMAN, R.; KWONG, W. M.; ARMSTRONG, M.; GILGUN, J. Unique Pathways to Resilience across Cultures.Adolescence, San Diego-SA, v.42, n.166, p.287-310, jun./ago. 2007.

UNGAR, M.; CLARK, S. E.; KWONG, W.; MAKHNACH, A.; CAMERON, C. A. Studying resilience across cultures. Journal of Ethnic and Cultural Diversity in Social Work, Philadelphia, PA-uSA, v.14, n.3/4, p.1-19, out./dez. 2005.

UNGAR, M.; LIEBENBERG, L. The child and youth resilience measure CYRM – user manual. International Resilience Project: Dalhousie University, Canada, 2008.

VIOTTO FILHO, I. T. A. Psicologia Escolar e Psicologia Social-Comunitária: diálogos para a construção de uma perspectiva crítica de atuação do psicólogo na escola. 2005.200f. Tese (Doutorado em Educação – Psicologia da Educação). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.

VYGOTSKY, L. S. Obras escogidas III: problemas del desarrollo de la psique. Madrid:Visor, 1995.

VYGOTSKY, L. S. Obras escogidas II: Problemas de Psicología General. 2.ed. Madrid:A. Machado Libros, 2001.

ZEQUINAO, M. A. et al. Bullying escolar: um fenômeno multifacetado. Educação ePesquisa, São Paulo , v. 42, n.1, p.181-198, mar. 2016. Disponível em:http://dx.doi.org/10.1590/S1517-9702201603138354. Acesso em: 27 nov. 2018.

Downloads

Publicado

2019-04-30

Como Citar

VINICIUS FRANCISCO, M. ., & COIMBRA, R. M. . (2019). REDES MEDIADORAS DE APOIO E PROTEÇÃO NA TRAJETÓRIA DE ADOLESCENTES VÍTIMAS DE BULLYING ESCOLAR E OS PROCESSOS DE RESILIÊNCIA EM-SI. Linguagens, Educação E Sociedade, (41), 525–555. https://doi.org/10.26694/les.v0i41.6136

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

<< < 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.