APRENDERES E FAZERES NÔMADES DA INFÂNCIA NA PRÉESCOLA OBRIGATÓRIA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26694/les.v0i43.9624

Palavras-chave:

Infância, Aprenderes e fazeres, Nômade

Resumo

O presente texto apresenta um recorte de uma pesquisa desenvolvida no mestrado cujo objetivo consistiu em compreender como crianças experienciam suas infâncias nos espaços/tempos da préescola diante da obrigatoriedade da Educação Infantil a partir dos quatro anos de idade. A referida pesquisa delimitou como campo empírico uma instituição de atendimento pré-escolar localizada em um município da região da mata sul de Pernambuco, abarcando crianças do Pré I e II. Para operacionalização da mesma tomou-se como referência a infância do pensamento, o caminho das perguntas, acionando como procedimentos metodológicos: observações, registros escritos, fotográficos, áudios e filmagens de situações do cotidiano e rodas de conversações com as crianças. Como abordagem a pesquisa aderiu a uma perspectiva qualitativa e enfoque etnográfico e para fundamentar os movimentos teóricos defendidos sobre a infância, parte-se das contribuições e de encontros com Walter Omar Kohan (2004, 2007, 2011), Carlos Skliar (2003, 2012, 2014), Jorge Larrosa (2002), Gilles Deleuze (1988), Deleuze e Guattari (1997), Jacques Derrida (2000, 2003, 2005), teóricos que apresentam uma perspectiva que aposta na infância do devir, que produz para além do instituído e que provoca o pensamento. Pois, a partir da imersão e do olhar etnográfico que envolveu esta pesquisa, foi possível vislumbrar a existência de movimentos de vida, de outros possíveis no interior da pré-escola, movimentos na perspectiva do nomadismo (ótica Deleuziana) que iam além das leis e dos contratos estabelecido, movimentos pulsantes afirmados pelas invenções das crianças e da infância.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

JOANE SANTOS DO NASCIMENTO, Universidade Federal de Pernambuco

Mestrado em Educação Contemporânea (Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico do Agreste). Professora substituta da UFPE/CAA; professora da Educação Infantil na Rede Pública Municipal de Toritama – PE.  Apoio: bolsista da Capes durante a realização do mestrado.

CONCEIÇÃO GISLÂNE NÓBREGA LIMA DE SALLES, Universidade Federal de Pernambuco

Doutora em Educação (Universidade Federal de Pernambuco). Professora Associada I da UFPE, Centro Acadêmico do Agreste, Professora do PPGEduc (Programa de Pós- Graduação em Educação Contemporânea) da UFE/CAA.

Referências

ARENDT, Hannah. A condição humana. Trad. Roberto Raposo. 10. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007.

BARROS, Manoel de. O menino que carregava água na peneira. In: LEITE, Maristela Petrili de Almeida; SOTO, Pascoal (Orgs.). Palavras de encantamento. São Paulo: Moderna, 2001, v.l. (Série Literatura em minha casa).

BENJAMIN, Walter. Reflexões: a criança, o brinquedo, a educação. São Paulo: Summus, 1984.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Ensino Fundamental de Nove Anos – Orientações Gerais. Julho de 2004.

______. Emenda constitucional nº 59 de 11 de novembro de 2009. Acrescenta § 3º ao art. 76 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias para reduzir, anualmente, a partir do exercício de 2009, o percentual da Desvinculação das Receitas da União incidente sobre os recursos destinados à manutenção e desenvolvimento do ensino de que trata o art. 212 da Constituição Federal, dá nova redação aos incisos I e VII do art. 208, de forma a prever a obrigatoriedade do ensino de quatro a dezessete anos e ampliar a abrangência dos programas suplementares para todas as etapas da educação básica, e dá nova redação ao § 4º do art. 211 e ao § 3º do art. 212 e ao caput do art. 214, com a inserção neste dispositivo de inciso VI. Diário Oficial da União, Brasília, 12 de novembro de 2009. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc59.htm> Acesso em: 01maio 2016.

______. Proposta de Emenda à Constituição nº 31, de 2016. Altera o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias para prorrogar a desvinculação de receitas da União e estabelecer a desvinculação de receitas dos Estados, Distrito Federal e Municípios. 2016. Disponível em:<http://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/126094> Acesso em: 17 maio2016.

____________. Proposta de Emenda à Constituição, nº 55 de 2016. Altera o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para instituir o Novo Regime Fiscal, e dá outras

providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc55.htm> Acesso em: 17 de Maio de 2016.

CERTEAU, Michel. A invenção do cotidiano: 1. Artes de fazer. Tradução de Ephraim Ferreira Alves. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

DELEUZE, Gilles. Foucault. São Paulo: Brasiliense, 1988.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil Platôs. Capitalismo e esquizofrenia. Vol. 4. São Paulo: Editora 34, 1997.

DERRIDA, Jacques. La hospitalidad. Buenos Aires: De la Flor, 2000.

______. Da Hospitalidade. Trad. Fernanda Bernardo. Viseu: Ed. Palimage, 2003.

______. A escritura e a diferença. São Paulo: Perspectiva, 2005.

DURAN, Marília Claret Geraes. Maneiras de pensar o cotidiano com Michel de Certeau. Diálogo Educ., Curitiba, v. 7, n. 22, p. 115-128, set./dez. 2007.

FOUCAULT, Michel. La pensée du dehors. Dits et écrits. I. 1954 – 1975. Paris: Gallimard,2001, p. 548.

FREITAS, Alexandre Simão de. O círculo mágico e a arte de deixar-se repetir na infância: exercitação e aprendizagem nas esferas. Childhood & Philosophy, Rio de Janeiro, v. 14, n. 30, maio/ago. 2018, pp. 317-339.

JORGENSEN, D. L. Participant Observation: a methodology for human studies. California:SAGE Publications, 1989.

KOHAN, Walter O. A Infância da educação: o conceito devir-criança. In: KOHAN, W. O. (Org). Lugares da Infância: filosofia. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.

______. Infância, estrangeiridade e ignorância. Ensaios de filosofia e educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.

______. Infância. Entre educação e filosofia. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.

LARROSA, Jorge. Notas sobre a experiência e o saber da experiência. Revista Brasileira de Educação. Tradução de João Wanderley Geraldi, Universidade Estadual de Campinas, Departamento de Lingüística, Jan/Fev/Mar/Abr 2002.

MELUCCI, Alberto (Org.). Por uma sociologia reflexiva: pesquisa qualitativa e cultura. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005. p. 25-42.

POPKEWITZ, Thomas S. A reforma como administração social da criança: a globalização do conhecimento e do poder. In: BURBULES, Nicolas C.; TORRES, Carlos Alberto (Orgs.). Globalização e educação: perspectivas críticas. Tradução: Ronaldo Cataldo Costa. Porto Alegre: Artmed, 2004.

ROCHA, Ruth. Quando a escola é de vidro. In: ______. Este admirável mundo louco. São Paulo: Salamandra, 2003.

RODRIGUES, Larissa Ferreira; PRATES, Maria Riziane Costa. Colorindo o currículo: outros possíveis pela experiência na infância. In: CARVALHO, Janete Magalhães (Org.). Infância em territórios curriculares. Petrópolis, RJ: DP&A, 2012.

SCHÖPKE, Regina. Por uma filosofia da diferença: Gilles Deleuze, o pensador nômade. Rio de Janeiro: Contraponto; São Paulo: Edusp, 2004.

SKLIAR, Carlos. Pedagogia (improvável) da diferença: e se o outro não estivesse aí?. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

______. A infância, a meninice, as interrupções. Childhood & Philosophy, Rio de Janeiro, v. 8, n. 15, jan./jun. 2012, pp. 67 – 81.

______. Desobedecer a linguagem: educar. Belo Horizonte: Autêntica, 2014. – (Coleção Educação: Experiência e sentido / coordenadores Jorge Larrosa, Walter Kohan).

ZAMBRANO, María. Filosofía y poesia (prólogo de 1987). Madri: Fondo de Cultura Económica, 1993.

Downloads

Publicado

2019-11-29

Como Citar

DO NASCIMENTO, J. S. ., & LIMA DE SALLES, C. G. N. . (2019). APRENDERES E FAZERES NÔMADES DA INFÂNCIA NA PRÉESCOLA OBRIGATÓRIA. Linguagens, Educação E Sociedade, (43), 222–241. https://doi.org/10.26694/les.v0i43.9624

Edição

Seção

Dossiê Temático

Artigos Semelhantes

<< < 1 2 3 4 5 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.