JOVENS DA MEDIDA SOCIOEDUCATIVA EM PARNAÍBA/PI: ENTRE GRAFIAS DE VIDA E CORPOS NA GUERRA
DOI:
https://doi.org/10.26694/rles.v28i57.4564Palavras-chave:
Biografia Menor, Juventudes, Medida Socioeducativa, Necropolítica, SociopoéticaResumo
A construção do jovem socialmente perigoso, no Brasil, envolve determinações discriminatórias e estigmatizantes, elaboradas sobre as pessoas negras, empobrecidas e periféricas, sujeitos históricos e culturalmente marcados para morrer. Em 2019, foram 45.503 homicídios registrados, deles, 34.466, o correspondente a mais de ¾, são de pessoas negras, sendo que mais da metade (23.327) do total geral são jovens. Os dados demonstram a realidade construída no Brasil a partir da colonização até hoje. Isso revela o Mito da Democracia Racial vivenciado no Brasil e o abolicionismo inconcluso que impõem à comunidade negra condições de miséria e criminalização. A biografia do corpo marcado para morrer ou a necrografia acontece na incorporação de etiquetas estigmatizastes sobre jovens negros no Brasil e no mundo, autorizando suas mortes. Mas mesmo com tal imposição, o objetivo desta pesquisa é investigar qual juventude é produzida pelos jovens em cumprimento Sedida Socioeducativa em meio aberto em Parnaíba-PI e descobrir suas grafias de vida ou a Biografia Menor, que evidencia como eles habitam seus territórios, traçam linhas de fuga e produzem vida. Para produção de dados, a Sociopoética foi valorizada como ethos, considerando-se seus princípios, que promovem experiência decolonizadoras. Na oficina de produção de dados foram inventados devires-criaturas-vida que revelam o confeto Problema-Guerra-Negócio-de-Facção, contorno importante na produção da subjetividade juvenil em Parnaíba-PI. Além dessa denúncia, os dados evidenciaram linhas de fuga para produção e ampliação da vida através da arte das manobras radicais em motocicletas e nas relações de amor e amizade.
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