A IDEOLOGIA DO SOLDADO-CIDADÃO NAS ESCOLAS BRASILEIRAS: OLAVO BILAC E A LIGA DE DEFESA NACIONAL (1916)

Autores

  • DALVIT GREINER DE PAULA Universidade do Estado de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.26694/les.v1i2.6091

Palavras-chave:

Educação, Cidadão, Soldado, Olavo Bilac, Liga de Defesa Nacional

Resumo

Este artigo pretende fazer uma leitura de uma obra cívica de Olavo Bilac à luz de Nicolau Maquiavel, naquilo que Maquiavel se propõe a convencer o Príncipe da necessidade do amor e da fidelidade de seus súditos para a defesa da liberdade e do território. Propomos essa leitura na área da História da Educação – Cultura e Práticas Escolares, na medida em que um dos papeis centrais da educação é a coesão social e a maioria dos discursos no início do século XX preocupava-se com um esgarçamento do tecido social e moral da sociedade brasileira. Para isso faremos uma leitura comparativa das intenções pedagógicas do poeta Olavo Bilac, o Príncipe dos Poetas e inspetor de educação pública no Distrito Federal, que em sua campanha cívica deixa explicita a necessidade do soldado-cidadão tido como o primeiro e principal defensor da República. Porém, ao contrário de Maquiavel que vê na figura do soldado-cidadão um defensor da liberdade numa República, Bilac, através de seus discursos voltados a estudantes – adolescentes ou jovens, civis ou militares – vê na figura do soldado-cidadão a possibilidade de, além da defesa da ordem, limpar, educar e civilizar os homens da nascente República brasileira através de uma educação militar seja pela via do escotismo ou da caserna. Para atingir o nosso objetivo analisaremos alguns discursos do livro A Defesa Nacional (1917) que faz a propaganda da Liga de Defesa Nacional e traça um programa cívico-pedagógico para a construção deste homem novo para uma República nascente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

DALVIT GREINER DE PAULA, Universidade do Estado de Minas Gerais

Mestre em Educação pela UEMG – Universidade do Estado de Minas Gerais. Especialista em Gestão Cultural pela PUC-MG. Especialista em Docência do Ensino Superior pela ESAB-ES. Professor de História da Rede Municipal deEducação de Belo Horizonte/MG. 

Referências

BRASIL. Câmara dos Deputados. Lei de 18 de agosto de 1831. Institui a Guarda Nacional, disponível em www.camara.gov.br

BRASIL. Ministério da Agricultura, Indústria e Commercio, Directoria Geral de Estatística. Recenseamento do Brazil, Volume IV – 5. parte – Tomo II, Rio de Janeiro: Typographia da Estatística, 1930.

CÂNDIDO, Antônio. A culpa dos reis: mando e transgressão no Ricardo II. In: NOVAIS, Adauto. São Paulo: Companhia das Letras; Secretaria Municipal de Cultura, 1992. p. 87-99.

CÂMARA, João Bettencourt da. A Primeira Edição Portuguesa d’O Príncipe ou o Maquiavel Fascista de Francisco Morais. RES-PUBLICA, Revista Lusófona de Ciência Política e Relações Internacionais, Lisboa, n. 1, p. 193-218, 2005.

CARVALHO, José Murilo de. As Forças Armadas na Primeira República: o poder desestabilizador. In: ______. O Brasil Republicano, tomo III: sociedade e instituições (1889-1930). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997. p. 181-234.

CATECISMO DO SOLDADO, O. Panfleto. Disponível em http://easyweb.easynet.co.uk/~crossby/ECW/history/nma.html.

CONSTANT, Benjamin. Da liberdade dos antigos comparada à dos modernos. Revista Filosofia Política, Porto Alegre, n. 2, 1985.

CORASSIN, Maria Luiza. O cidadão romano na República. Projeto História. São Paulo, n. 33, p.271-287, dez. 2006.

FREUD, Sigmund. Psicologia das massas e análise do eu. Porto Alegre, RS: L&PM, 2013.

GRANDAZZI, Alexandre. As origens de Roma. Tradução Christiane Gradvohi Colas. São Paulo:Ed. UNESP, 2010.

HOBBES, Thomas. Leviatã ou Matéria, forma e poder de um Estado eclesiástico e civil. Tradução João Paulo Monteiro; Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1997.

HOBSBAWN, Eric J. A era das revoluções: Europa 1789-1848. 4. ed. Tradução Maria Tereza Lopes Teixeira; Marcos Penchel. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.

MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Rio de Janeiro: Rocket, 1996. Disponível em www.jahr.com.br

______. A arte da guerra. Tradução Jean Melville. São Paulo: Martin Claret, 2002.

MARX; ENGELS. A Ideologia Alemã. Rio de Janeiro: Rocket, 1999. Disponível em www.jahr.com.br

PENA, Luiz Carlos Martins. O juiz de paz da roça. MinC/Fundação Nacional do Livro/Departamento Nacional do Livro. Disponível em: www.minc.gov.br

RIBEIRO, Renato Janine. Ao leitor sem medo: Hobbes escrevendo contra o seu tempo. 2. ed. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1999.

______. A República. São Paulo: Publifolha, 2001.

Downloads

Publicado

2016-02-20

Como Citar

GREINER DE PAULA, D. . (2016). A IDEOLOGIA DO SOLDADO-CIDADÃO NAS ESCOLAS BRASILEIRAS: OLAVO BILAC E A LIGA DE DEFESA NACIONAL (1916). Linguagens, Educação E Sociedade, (34), 149–171. https://doi.org/10.26694/les.v1i2.6091

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

<< < 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.