OS FANTASMAS AINDA BAILAM: O MÉTODO REGRESSIVO-PROGRESSIVO E A ESCOLA
DOI:
https://doi.org/10.26694/les.v0i44.9832Palavras-chave:
Método Regressivo-Progressivo, Cotidiano Escolar, Henri LefebvreResumo
O artigo tem por objetivo estabelecer conversação com alguns elementos materiais e imateriais presentes no cotidiano escolar, buscando, nos mesmos, contradições que se interpõem no sentido de sua superação. Para isso, aborda a coexistência de tempos históricos, desde a aplicação do método Regressivo-Progressivo de Henri Lefebvre, tomando-o enquanto referencial teórico, epistemológico e metodológico. Segundo as orientações postas pelo método lefebvriano – método de pesquisa e exposição – a realidade dispõe de dupla complexidade horizontal e vertical (ou histórica) que atuam permanentemente uma sobre a outra, conduzindo à coexistência de diferentes temporalidades. Estas temporalidades constituem o espaço e se manifestam em concepções, práticas, artefatos, normas e em tantas outras invenções humanas às quais, não obstante suas gêneses sejam conhecidas, não se restringem ao espaço e tempo de sua ocorrência. Metaforicamente nomeadas neste texto enquanto “fantasmas”, as concepções e práticas que outrora constituíram o movimento conflituoso da História, se perpetuam na trama que se move, atualmente, no cotidiano escolar. O estudo aponta que, ao se encarnar nas coisas e nas práticas, o refugo da História adentra a escola, interfere na produção do espaço escolar, afeta as relações sociais e mecaniza as práticas pedagógicas. Ao observar criticamente a presença de concepções provenientes de diferentes épocas, a análise histórico-genética da realidade imprime movimentos dialéticos à luta pela educação.
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