MULHERES PRODUTORAS E COLABORADORAS NA IMPRENSA DO PIAUÍ (1864 – 1940)
Palavras-chave:
Mulher, Imprensa, História, Memória, EducaçãoResumo
Nas últimas décadas, as pesquisas em história da educação têm tido um considerável alargamento temático, o que tem suscitado a constituição de novos objetos e a (re) configuração de novos temas articulados na interlocução entre os historiadores da educação e a produção historiográfica contemporânea. Dentre os novos objetos de estudos dos historiadores da educação, estão os impressos – jornais, revistas e os periódicos que passaram a se constituírem em fonte documental privilegiada de se apreender os modos de funcionamento que envolvem a sociedade e a cultura. Este ensaio tem a pretensão de desenvolver um estudo sobre as mulheres produtoras e colaboradoras na imprensa do Piauí no período que se estende de 1864 a 1940. O corte cronológico se inicia com a participação das mulheres com a publicação inaugural do jornal Violeta de 1864, intensificando-se nas primeiras décadas da república, entrando em declínio nos anos 20, indo ter seu desfecho no Estado Getulista. O estudo foi conduzido em pesquisa das fontes primárias para identificação e classificação dos impressos disponíveis, na seguinte ordem: período da edição/ciclo de vida; título da publicação; redatora/colaboradora; conteúdo geral e específico articulados; as fontes secundárias, no caso, nos estudos da história da imprensa no Brasil e no Piauí. Ao enveredar nesta nova temática histórica, mulher e imprensa, permitiram a realização de um mergulho no passado, pois, contribuiu para o melhor entendimento de como se pode apropriar da memória cultivada coletivamente, bem como identificar que nas páginas impressas, que as mulheres também escreveram, divulgaram produtos, debateram problemas, ditaram normas, costumes e valores, se colocando assim para além dos limites do lar, ingressando na imprensa.
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