Impact of the COVID-19 pandemic on excess risk of dying – Brazil, 2020
DOI:
https://doi.org/10.26694/reufpi.v12i1.3883Palavras-chave:
COVID-19, Medição de risco, Mortalidade, Sistemas de Informação em SaúdeResumo
Objetivo: Analisar o impacto da pandemia de COVID-19 no excesso do risco de morrer no Brasil em 2020. Métodos: Estudo ecológico do tipo exploratório, com dados de óbitos por todas as causas de morte do Painel de Monitoramento da Mortalidade do Ministério da Saúde. Calcularam-se taxas brutas e razões de taxas (RT) de mortalidade por todas as causas segundo os capítulos da causa básica de morte, sexo e faixa etária. Verificou-se associação estatística por meio do teste qui-quadrado de Mantel Haenszel quando p<0,05. Resultados: Houve aumento no risco de morrer de 13% em 2020. As regiões com maior incremento na taxa de mortalidade foram Norte (RT=1,24; IC95%: 1,23-1,26), Centro-Oeste (RT=1,17; IC95%: 1,16-1,18) e Nordeste (RT=1,15; IC95%: 1,14-1,15). O excesso no risco de morrer foi maior no sexo masculino, na região Norte, por doenças infecciosas e parasitárias, incluindo a COVID-19 (RT=4,58; IC95%: 4,53-4,62), seguida de causas mal definidas (RT=1,33; IC95%: 1,32-1,34), gravidez, parto e puerpério (RT=1,17; IC95%: 1,10-1,25). Conclusão: O excesso de risco de morrer possibilitou reconhecer a magnitude e o impacto da COVID-19 no país e pode subsidiar as autoridades de saúde na organização de ações voltadas para a diminuição dos efeitos dessa emergência de saúde pública.
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