SER-NA-CIDADE: POR UMA ARQUITETURA E URBANISMO COMO LUGAR
DOI:
https://doi.org/10.26694/pensando.v8i16.5659Palabras clave:
Fenomenologia, Arquitetura e Urbanismo, Ser-na-Cidade, habitar, lugar, urbanização dispersaResumen
O objetivo desse artigo é o de levantar algumas possibilidades de se utilizar o aporte fenomenológico para a constituição de uma nova ontologia para a Arquitetura e o Urbanismo que priorize no projeto, seja da cidade seja de uma edificação qualquer, o habitar e o sentido do lugar, num diálogo com a Filosofia. O princípio que orienta a discussão é de que hoje, como a maioria dos habitantes da Terra é urbana, nosso ser-no-mundo se consubstancia como ser-na-cidade. Essa maneira contemporânea de ser pode ser observada, por exemplo, nas cidades médias e pequenas de uma urbanização dispersa, que desafia as utopias e os ideais e arquitetônicos e urbanísticos do século XIX e do século XX, colocando o desafio de se projetar segundo a imageabilidade, as marcas e matrizes paisagísticas, oferecidas por toda uma produção vernacular, esta sim, alheia aos ditames da geometria e da quantificação, e voltada para o mundo vivido.
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