SER-NA-CIDADE: POR UMA ARQUITETURA E URBANISMO COMO LUGAR

Autores

  • Werther Holzer UFF

DOI:

https://doi.org/10.26694/pensando.v8i16.5659

Palavras-chave:

Fenomenologia, Arquitetura e Urbanismo, Ser-na-Cidade, habitar, lugar, urbanização dispersa

Resumo

O objetivo desse artigo é o de levantar algumas possibilidades de se utilizar o aporte fenomenológico para a constituição de uma nova ontologia para a Arquitetura e o Urbanismo que priorize no projeto, seja da cidade seja de uma edificação qualquer, o habitar e o sentido do lugar, num diálogo com a Filosofia. O princípio que orienta a discussão é de que hoje, como a maioria dos habitantes da Terra é urbana, nosso ser-no-mundo se consubstancia como ser-na-cidade. Essa maneira contemporânea de ser pode ser observada, por exemplo, nas cidades médias e pequenas de uma urbanização dispersa, que desafia as utopias e os ideais e arquitetônicos e urbanísticos do século XIX e do século XX, colocando o desafio de se projetar segundo a imageabilidade, as marcas e matrizes paisagísticas, oferecidas por toda uma produção vernacular, esta sim, alheia aos ditames da geometria e da quantificação, e voltada para o mundo vivido.

Referências

BERQUE, Augustin. Paisagem-marca, paisagem-matriz: elementos da problematica para uma geografia cultural. In: CORREA, Roberto Lobato e ROSENDAHL, Zeny (orgs.). Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998. p. 84- 91.

CALDEIRA, Teresa Pires do Rio. Cidade de Muros: crime, segregação e cidadania. São Paulo, Ed. 34/Edusp, 2003 (2ª edição).

CENTRO REGIONAL DE INFORMAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – UNRIC. Relatório da ONU mostra população mundial cada vez mais urbanizada, mais de metade vive em zonas urbanizadas ao que se podem juntar 2,5 mil milhões em 2050. http://www.unric.org/pt/actualidade/31537-relatorio-da-onu-mostra-populacao-mundial-cada-vez-mais-urbanizada-mais-de-metade-vive-em-zonas-urbanizadas-ao-que-se-podem-juntar-25-mil-milhoes-em-2050. (Último acesso em 15 de dezembro de 2016)

DARDEL, Eric. O Homem e a Terra: natureza da realidade geográfica. São Paulo, Perspectiva, 2011 (Tradução: Werther Holzer).

DOMINGUES, Álvaro. Formas e escalas da urbanização difusa: interpretação e intervenção no NO de Portugal. Inforgeo. Lisboa, Edições Colibri, 1999, p. 43-64.

DUSSEL, Enrique. 1492: o encobrimento do outro. A origem do "mito da modernidade". Petrópolis, Editora Vozes, 1993.

HEIDEGGER, Martin. Construir, habitar, pensar (Tradução Marcia Sá Cavalcante Schuback). http://www.prourb.fau.ufrj.br/jkos/p2/heidegger_construir,%20habitar,%20pensar.pdf. (Último acesso em 07 de junho de 2016).

HOLZER, Werther. O lugar na Geografia Humanista. Revista Território. Rio de Janeiro. ano IV, n° 7. p. 67-78. jul./dez. 1999.

HOLZER, Werther. A geografia humanista: sua trajetória 1950-1990. Londrina, EDUEL, 2016.

KRAUSZ, Luis S. Desterro: memórias em ruínas. São Paulo, Tordesilhas, 2011.

LE CORBUSIER. Por uma arquitetura. São Paulo, Perspectiva, 2013 (7ª ed.).

LYNCH, Kevin. A Imagem da Cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

LYNCH, Kevin. A boa forma da cidade. Lisboa, Edições 70, 1981.

LYOTARD, Jean-François. Assinado, Malraux. Rio de Janeiro, Record, 1998.

MCKIBBEN, Bill. O fim da natureza. Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 1990.

MURAKAMI, Haruki. Após o anoitecer. Rio de Janeiro, Objetiva, 2009.

NICOLAIDES, Becky M.; WIESE, Andrew (eds.). The suburb reader. New York/London, Routledge, 2006.

NORBERG-SCHULZ, Christian. Genius Loci: towards a phenomenology of architecture. New York, Rizzoli, 1980.

PALLASMAA, Juhani. A Imagem Corporificada: imaginação e imaginário na arquitetura. Porto Alegre, Bookman, 2013.

RELPH, Edward. Place and placelessness. London: Pion, 1976.

REIS FILHO, Nestor Goulart (Org.). Brasil: estudos sobre dispersão urbana. São Paulo: FAU-USP, 2007.

RIBEIRO, Ana Clara Torres. Por uma Sociologia do Presente: ação, técnica e espaço – vol. 4. Rio de Janeiro, Letra Capital, 2013.

SAUER, Carl O. A morfologia da paisagem. In: CORREA, R.L., ROSENDAHL, Z. (orgs.) Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998. p. 12-74.

SMITH, Neil. The new urban frontier: gentrification and the revanchist city. London, Routledge, 1996.

TUAN, Yi-Fu. A Cidade: sua distância da natureza. Geograficidade, V. 3, nº 1, 2013. p. 4-16.

WASIAK, Jason. Being-in-the-City: a phenomenological approach to technological experience. Culture Unbound, V. 1, 2009, p. 349-366. Disponível em: www.cultureunbound.ep.liu.se. (Último acesso em 05 de maio de 2016).

Downloads

Publicado

04-03-2018

Como Citar

HOLZER, Werther. SER-NA-CIDADE: POR UMA ARQUITETURA E URBANISMO COMO LUGAR. PENSANDO - REVISTA DE FILOSOFIA, [S. l.], v. 8, n. 16, p. 20–32, 2018. DOI: 10.26694/pensando.v8i16.5659. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/3396. Acesso em: 21 nov. 2024.

Artigos Semelhantes

<< < 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.