DISCURSO, ESCUTA E SILÊNCIO EM “SER E TEMPO”

Autores

  • Robson Costa Cordeiro UFPB

DOI:

https://doi.org/10.26694/pensando.v11i23.10784

Palavras-chave:

Heidegger, linguagem, discurso, escuta, silêncio

Resumo

Em “Ser e Tempo”, o discurso não significa originariamente a mera enunciação de frases e enunciados, referindo-se, antes, ao vir à presença daquilo que subitamente se impõe com a força, a surpresa e a novidade do movimento criador e inaugurador de realidade. Este súbito impor-se exige a escuta, que Heidegger considera não a partir das determinações cientificas da fisiologia ou da psicologia. A escuta não é um fenômeno da audição, mas sim ontológico, constituindo a essência da linguagem. Isso porque a linguagem antes de ser um dizer é um ouvir, de modo que só pode dizer algo quem pode ouvir, quem é “todo ouvidos”. Ouvir é corresponder ao apelo da fala do ser, que fala como aceno, como provocação, como aquilo que repercute silencioso no que foi dito. O silêncio não diz respeito ao movimento de introspecção, de ausculta da interioridade, mas sim ao abrir-se para o ser que cala em todo dizer. Nessa abertura, o silêncio do ser fala, ou melhor, o ser fala como silêncio.

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Publicado

20-09-2020

Como Citar

COSTA CORDEIRO, Robson. DISCURSO, ESCUTA E SILÊNCIO EM “SER E TEMPO”. PENSANDO - REVISTA DE FILOSOFIA, [S. l.], v. 11, n. 23, p. 144–159, 2020. DOI: 10.26694/pensando.v11i23.10784. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/3518. Acesso em: 4 nov. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS/VARIA