ARTE CONTEMPORÂNEA E ANACRONISMO

Autores/as

  • Pedro Hussak van Velthen Ramos UFRRJ

DOI:

https://doi.org/10.26694/pensando.v8i16.6427

Palabras clave:

anacronismo, arte contemporânea, estética

Resumen

Este artigo visa discutir o aparente paradoxo que encerra a ideia de contemporâneo e de anacronismo, já que o primeiro contém a ideia de uma atualidade, ao passo que a segunda uma de defasagem. No entanto, pretende-se mostrar como esta vinculação pode desfazer um certo desconforto que uma certa separação entre “moderno” e “contemporâneo”, baseado na explosão dos suportes tradicionais da arte nos anos 1960 produziu. Este desconforto nasce do fato de que esta divisão se baseia muito fundamentalmente nos discursos de “ruptura”, típicos da arte moderna o que levaria a uma concepção teleológica na passagem para o “contemporâneo”. Assim, o artigo convoca três autores – que têm uma referência marcada em Walter Benjamin – que buscam entender o contemporâneo como o anacrônico: Giorgio Agamben, Georges Didi-Huberman e Peter Osborne. Passando por uma referência à obra de Vilém Flusser, o artigo discute esta questão em relação ao Brasil. Finalmente o artigo sustenta que se os dois primeiros autores pensam o anacronismo como uma relação positiva com o passado, por causa da capacidade de relacionar diferentes épocas sem uma visão cronológica, o autor inglês, por seu turno, tem uma postura crítica ao caráter anacrônico da obra de arte contemporânea na medida em que este se adequa bem ao capitalismo global atual.

Citas

ADORNO, Theodor. Teoria Estética. Trad. Artur Mourão. Lisboa: Edições 70, 1982.

AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? Trad. Vinicius Nicastro Honesko. Chapecó: Argos, 2009.

BISHOP, C. Radical Museology: or What’s ‘Contemporary’ in Museums of Contemporary Art ?. London: Koenig Books, 2013.

BENJAMIN, Walter. Passagens. Org. Willi Boile. Belo Horizonte: UFMG, 2007

COTRIN, Cecilia; FERREIRA, Gloria. (Org.) Clement Greenberg e o debate crítico. Trad. Maria Luiza Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Sobrevivência dos vaga-lumes. Trad. Márcia Arbex. Belo Horizonte: UFMG, 2001.

_______________________. Devant le temps. Paris : Minuit, 2010

FLUSSER, V. Fenomenologia do brasileiro; em busca de um novo homem. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998.

MATTOS, Claudia Valadão. Dürer e a antiguidade italiana: reflexões sobre a relação entre Warburg e Winckelmann. In: BERBARA, Maria (Org.). Renascimento Italiano: ensaios e traduções. Rio de Janeiro: NAU: 2010.

LYOTARD, Jean-François. A Condição pós-moderna. 12a. ed. Trad. Ricardo Barbosa. Rio de Janeiro: José Olympio, 2010.

KRAUSS, Rosalind. Voyage on the North sea: Art in the Age of the Post-medium Condition. New York : Thomas & Hudson, 2000.

OSBORNE, Peter. Arte contemporânea é arte pós-conceitual. Dossiê “Contemporâneo em questão”. Revista Poiesis, UFF, 2016.

RANCIÈRE, Jacques. Le Partage du sensible. Paris: La Fabrique, 2014.

_________________. Les écarts du cinéma. Paris: Fabrique, 2011.

WARBURG, Aby. A renovação da antiguidade pagã. Trad. Markus Herdiger. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.

Publicado

2018-03-04

Cómo citar

VAN VELTHEN RAMOS, Pedro Hussak. ARTE CONTEMPORÂNEA E ANACRONISMO . PENSANDO - REVISTA DE FILOSOFIA, [S. l.], v. 8, n. 16, p. 209–219, 2018. DOI: 10.26694/pensando.v8i16.6427. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/3405. Acesso em: 21 nov. 2024.

Artículos similares

<< < 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

También puede {advancedSearchLink} para este artículo.