O PROCESSO DE VERTICALIZAÇÃO EM TERESINA (PI)
Keywords:
capital piauiense.Abstract
O presente trabalho busca analisar o ambiente urbano teresinense visando compreender a evolução do processo de verticalização na capital piauiense, destacando as articulações existentes entre agentes produtores do espaço urbano, especialmente os promotores imobiliários e o Estado. O recorte temporal da pesquisa destacou as décadas de 1960 aos anos 2000 nas áreas que modificaram a paisagem urbana e gerou espaços de concentração de edifícios comerciais e residenciais, especialmente nas Zonas Centro e Leste de Teresina. Os agentes produtores do espaço urbano foram conectados para análise e compreensão das suas formas de atuação na cidade, principalmente os promotores imobiliários e o Estado. Quanto aos instrumentos de investigação, apresentam-se a observação in locu e a pesquisa bibliográfica realizada através de consulta em livros, artigos científicos e fontes pesquisadas em websites, referentes a estudos realizados sobre o processo de verticalização da capital. Dentre os resultados obtidos, pode-se afirmar que: a construção do espaço vertical de Teresina ocorreu, na década de 1960, com a construção esporádica de edifícios públicos e comerciais na área central da cidade. Na segunda metade da década de 1970, começa a haver uma maior produção de edifícios comerciais no centro. No final dos anos 1980, intensifica-se a produção de edifícios residenciais. A consolidação da verticalização ocorre na década de 1990, principalmente nas Zonas Centro e Leste teresinense, prosseguindo de forma expressiva nos anos 2000. Portanto, forma-se uma área de concentração de edifícios na cidade mudando, significativamente, a paisagem urbana. Merece destacar a análise dos promotores imobiliários e do Estado. A ação desses agentes estruturou uma nova organização espacial a partir da valorização dos terrenos, da localização privilegiada, da proximidade do rio, da vista panorâmica, da boa infraestrutura, segurança, do modismo e da comodidade. Conclui-se que, com o processo de verticalização, existe uma menor vulnerabilidade do poder público, pois não precisa levar infraestrutura para longe, aproveitando melhor o espaço ao agregar mais unidades habitacionais, porém, o processo, negativamente, contribui para a intensificação do procedimento de segregação socioespacial na capital piauiense.
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