O SENTIDO POLÍTICO DO PERDÃO NA PERSPECTIVA DE HANNAH ARENDT

Authors

  • José Luiz de Oliveira UFSJ

DOI:

https://doi.org/10.26694/pensando.v9i17.7386

Keywords:

Ação, Imprevisibilidade, Irreversibilidade, Perdão, Política

Abstract

Em sua célebre obra The Human Condition (1958), Hannah Arendt adverte que o perdão sempre fora tradicionalmente admitido no âmbito dos espaços religiosos e, por essa razão, teve sua aplicabilidade desprezada no campo dos assuntos políticos. Na teoria da ação, Arendt enfatiza a teia das relações humanas que se faz presente na vivência do domínio público por meio do discurso e da ação conjunta. No curso da manifestação política em espaços de aparência ocorrem atos que, uma vez praticados, passam a ter consequências caracterizadas pela imprevisibilidade e irreversibilidade. Trata-se de consequências que podem permitir a ruptura da teia das relações humanas. O perdão, historicamente concebido sob o viés religioso, aparece nas análises arendtianas como instrumento a ser utilizado para manter vivas as atividades de manifestações políticas próprias dos espaços públicos de liberdade. Verifica-se que o uso do perdão ocorre no sentido de impedir a permanência de rupturas registradas no domínio público. Nesse sentido, o perdão é interpretado como elemento político a ser utilizado para superar divisões no seio do espaço público. Ou seja, na perspectiva arendtiana, o perdão existe para manter o curso da caminhada da ação política pautado em atos e palavras. Podemos salientar que a chave de leitura apresentada por Arendt garante ao perdão a relevância necessária para a efetivação da ação – uma das atividades fundamentais da condição humana na Modernidade – permeada pela imprevisibilidade e irreversibilidade.

References

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Published

2018-10-16

How to Cite

OLIVEIRA, José Luiz de. O SENTIDO POLÍTICO DO PERDÃO NA PERSPECTIVA DE HANNAH ARENDT. PENSANDO - REVISTA DE FILOSOFIA, [S. l.], v. 9, n. 17, p. 75–96, 2018. DOI: 10.26694/pensando.v9i17.7386. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/3420. Acesso em: 24 nov. 2024.

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