PRAGMATISMO E EPISTEMOLOGIA: A PERSPECTIVA NATURALISTA-INSTRUMENTALISTA DE DEWEY
DOI:
https://doi.org/10.26694/pensando.v10i20.8686Palavras-chave:
Epistemologia, Lógica, Experiência, Dewey, Naturalismo, InstrumentalismoResumo
O presente artigo tem por objetivo analisar o problema epistemológico na obra de Dewey. Abordaremos a crítica aos pressupostos da epistemologia tradicional e sua tentativa de reconstruir uma posição distinta por meio da lógica da investigação. O estudo de caráter filosófico, qualitativo na análise de conceito envolvendo o campo do conhecimento, mostra que este pensador tomou posição crítica diante do que chamou de epistemologia, termo que designa o conjunto de filosofias construídas sobre dualismos como sujeito e objeto, teoria e prática, mente e corpo, espírito e matéria. Tais dualismos surgem da divisão social de classes e servem para a sustentação delas, impedindo a liberdade de criação e comunicação da experiência. Contrapondo-se a este entendimento de epistemologia, Dewey argumenta pela necessidade da lógica como investigação da investigação, ou conhecimento do conhecimento. A contribuição da lógica filosófica da investigação, sua versão da epistemologia, é a de analisar os processos de investigação para abstrair as leis da experiência reflexiva e reorientar o trabalho da filosofia em todas as áreas, inclusive nessa mesma, a lógica. Dewey depreende uma lógica da investigação como processo voltado para a continuidade da vida. O pensamento parte de uma situação indeterminada e culmina na transformação dessa situação por meio de etapas intermediárias de observação, reflexão e ação inteligentemente orientada. A lógica da investigação tem por base a matriz biológica-cultural. Assim, Dewey desenvolve a lógica da experiência que atinge as mais diversas dimensões como a moral, a política e a educação.
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