A REALIDADE SOCIAL: UMA ONTOLOGIA DE SEGUNDA NATUREZA
DOI:
https://doi.org/10.26694/pensando.v9i17.6990Palavras-chave:
Ontologia social, identidade pessoal, intencionalidade, livre-arbítrio, segunda naturezaResumo
O objetivo central do artigo é argumentar que estar comprometido com a realidade social não implica necessariamente um comprometimento metafísico mais robusto do que estar comprometido com a realidade individual. Também, defenderemos que este comprometimento ontológico estará restrito ao compromisso com certos postulados de uma teoria política. Para tal, iniciamos com o questionamento sobre o significado da identidade pessoal. Posteriormente, defendemos a necessidade de se contar com a identidade coletiva e a intencionalidade coletiva para melhor lidar com a complexidade moral. A seguir, problematizamos a existência mesma do livre-arbítrio. Por fim, postulamos uma distinção entre uma ontologia de primeira natureza de uma ontologia de segunda natureza, defendendo que o comprometimento com uma ontologia social que resguarda a dimensão individual parece mais adequada à nossa sensibilidade moral e política e, por isso, deveria ter prioridade na formulação de uma teoria política.
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