HEIDEGGER E A POESIA COMO CAMINHO PARA A LINGUAGEM

Autores

  • Robson Costa Cordeiro UFPB

DOI:

https://doi.org/10.26694/pensando.v7i14.5022

Palavras-chave:

Heidegger, Hölderlin, poesia, linguagem, ser

Resumo

O artigo procura mostrar de que modo Heidegger pensa a poesia como essência da linguagem. Com esse intuito, tem por objetivo desenvolver a articulação entre poesia e linguagem, mostrando que, se a “matéria” da poesia é a linguagem, a linguagem, por sua vez, é, em sua essência, poesia. No desenvolvimento dessa questão, tomaremos Hölderlin como interlocutor privilegiado de Heidegger por mostrar, de modo exemplar, a poesia como tarefa de testemunhar o divino, que se realiza através do combate entre deuses e homens. Nesse combate se realiza a tensão entre a essência e a não-essência da linguagem, entre o seu caráter divino e vulgar, que apresenta, por um lado, a poesia como a mais inocente das ocupações e, por outro lado, a linguagem como o mais perigoso dos bens. A linguagem é simultaneamente as duas coisas, sendo, por isso, em sua essência, um mistério. Heidegger pensa esse mistério a partir da relação entre dasein e ser. Nessa relação o ser encontra abrigo na linguagem, que testemunha o ser a partir do ser. Sendo aquele que testemunha, o dasein, contudo, não é o sujeito que possui a linguagem, mas aquele que pode testemunhar porque é obrigado a falar, a trazer para a palavra aquilo que quase o faz perder a língua, este que é o mais estranho, o mais inóspito de todos os hóspedes, o ser.

Referências

HEIDEGGER, Martin. Hölderlin y la esencia de la poesía. In: Aclaraciones a la poesia de Hölderlin. Tradução de Helena Cortés Gabaudán e Arturo Leyte Coelho. Madrid: Alianza Editorial, 2009.

___________________. Construir, habitar, pensar. In: Ensaios e conferências. Tradução de Márcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2001.

___________________. Hinos de Hölderlin. Tradução de Lumir Nahodil. Lisboa: Instituto Piaget, s.d.

___________________. Parmênides. Tradução de Sérgio Mário Wrublevski. Petrópolis: Vozes; Bragança Paulista: Ed. Universitária São Francisco, 2008.

___________________. Ser e tempo. Tradução de Márcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2002.

___________________. Sobre o humanismo. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1995.

Os pensadores originários: Anaximandro, Parmênides, Heráclito. Tradução Emmanuel Carneiro Leão e Sérgio Wrublewski. Petrópolis: Vozes, 1999.

NOVALIS. Pólen. Tradução de Rubens Rodrigues Torres Filho. São Paulo: Iluminuras, 2009.

Downloads

Publicado

2017-01-23

Como Citar

COSTA CORDEIRO, Robson. HEIDEGGER E A POESIA COMO CAMINHO PARA A LINGUAGEM. PENSANDO - REVISTA DE FILOSOFIA, [S. l.], v. 7, n. 14, p. 247–263, 2017. DOI: 10.26694/pensando.v7i14.5022. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/3349. Acesso em: 3 jul. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS/VARIA

Artigos Semelhantes

<< < 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.