CRISE ECONÔMICA HODIERNA COMO CRISE DO PODER: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Autores

  • Lenno Francisco Danner UNIR

DOI:

https://doi.org/10.26694/pensando.v3i6.930

Palavras-chave:

Crise Econômica, Crise do Poder, Estado de Bem-Estar Social, Modernidade Liberal

Resumo

defendo, neste artigo, que a atual crise econômica não pode ser entendida nem apreendida consistentemente apenas a partir de sua redução a um déficit interno à estrutura produtivo-financeira, em termos de queda nos padrões de acumulação; na verdade, essa crise é originada de uma crise do poder diretivo em termos de sociedade, que acirra a separação entre as esferas econômica, política e social, a partir da defesa de uma autorreferencialidade do âmbito econômico em relação aos demais, que, por causa disso, são enquadrados pelos imperativos econômicos, tendo solapada sua especificidade normativa (no caso do social) e diretiva da evolução da sociedade (no caso do político). Essa crise econômica, assim, agudizou os problemas oriundos da modernização liberal, que efetivamente foi marcada por essa blindagem das esferas econômica, política e social umas em relação às outras. Como consequência, a superação da modernidade liberal, modernidade essa retomada pelo neoliberalismo, somente pode ser feita no momento em que se reafirma o social enquanto horizonte normativo, o político enquanto instância diretiva da evolução social e o econômico enquanto esfera de controle público-estatal e de gestão democrática da produção e da distribuição da riqueza, que o modelo do Estado de bem-estar social representou e representa de maneira exemplar, em termos de ligação e de complementaridade entre tais esferas.

Referências

FERRERA, Maurizio. “Recalibrar o Modelo Social Europeu: Acelerar as Reformas, Melhorar a Coordenação”, pp. 103-118. In: DELGADO, Mauricio Godinho; PORTO, Lorena Vasconcelos (Orgs.). O Estado de Bem-Estar Social no Século XXI. São Paulo: LTr, 2007.

GORZ, André. Adeus ao Proletariado: para além do Socialismo. Tradução de Angela Ramalho Vianna e Sérgio Góes de Paula. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982.

HABERMAS, Jürgen. Mudança Estrutural da Esfera Pública: Investigações quanto a Uma Categoria da Sociedade Burguesa. Tradução de Flávio R. Kothe. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1984.

________________. Teoría y Práxis: Estudios de Filosofía Social. Traducción de Salvador Mas Torres y de Carlos M. Espi. Madrid: Editorial Tecnos, 1987.

________________. Ciência y Técnica como ‘Ideologia’. 2ª Edición. Traducción de Manuel Jiménez Redondo y de Manuel Garrido. Madrid: Editorial Tecnos, 1994.

________________. Problemas de Legitimación en el Capitalismo Tardio. Traducción de José Luis Etcheverry. Madrid: Ediciones Cátedra, 1999.

_______________. Teoría de la Acción Comunicativa (T. 1): Racionalidad de la Acción y Racionalización Social. Traducción de Manuel Jiménez Redondo. Madrid: Taurus, 2001.

_______________. Teoría de la Acción Comunicativa (T. 2): Crítica de la Razón Funcionalista. Traducción de Manuel Jiménez Redondo. Madrid: Taurus, 2001.

________________. Direito e Democracia: entre Facticidade e Validade (Vol. 1). Tradução de Flávio Beno Siebeneichler. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003.

________________. Direito e Democracia: entre Facticidade e Validade (Vol. 2). Tradução de Flávio Beno Siebeneichler. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003.

________________. A Inclusão do Outro: Estudos de Teoria Política. Tradução de George Sperber e de Paulo Astor Soethe. São Paulo: Edições Loyola, 2002.

________________. La Constelación Posnacional: Ensayos Políticos. Traducción de Pere Fabra Abat, de Daniel Gamper Sachse y de Luis Pérez Díaz. Barcelona: Ediciones Paidós, 2000.

HARVEY, David. O Neoliberalismo: História e Implicações. Tradução de Adail Sobral e de Maria Stela Gonçalves. São Paulo: Edições Loyola, 2008.

HAYEK, Friedrich August von. O Caminho da Servidão. 4ª Edição. Tradução e Revisão de Anna Maria Capovilla, de José Ítalo Stele e de Liane de Morais Ribeiro. Rio de Janeiro: Instituto Liberal, 1987.

___________________________. Arrogância Fatal: os Erros do Socialismo. Tradução de Ana Maria Capovilla e de Candido Mendes Prunes. Porto Alegre: Editora Ortiz, 1988.

___________________________. Direito, Legislação e Liberdade: Uma Nova Formulação dos Princípios Liberais de Justiça e de Economia Política (Vol. II) – a Miragem da Justiça Social. Tradução de Henry Maksoud. São Paulo: Visão, 1985.

HONNETH, Axel. Crítica del Agravio Moral: Patologías de la Sociedad Contemporánea. Traducción de Peter Storandt Diller. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2009.

MACPHERSON, C. B. La Teoría Política del Individualismo Posesivo: de Hobbes a Locke. Traducción de J.-R. Capella. Barcelona: Editorial Fontanela, 1972.

MARX, Karl. Manuscritos Econômico-Filosóficos. Tradução de Alex Marins. São Paulo: Martin Claret, 2006.

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A Idelogia Alemã. Tradução de Luiz Claudio de Castro e Costa. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

MERRIEN, François Xavier. “O Novo Regime Econômico Internacional e o Futuro dos Estados de Bem-Estar Social”, pp. 119-159. In: DELGADO, Mauricio Godinho; PORTO, Lorena Vasconcelos (Orgs.). O Estado de Bem-Estar Social no Século XXI. São Paulo: LTr, 2007.

Downloads

Publicado

02-04-2013

Como Citar

DANNER, Lenno Francisco. CRISE ECONÔMICA HODIERNA COMO CRISE DO PODER: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES. PENSANDO - REVISTA DE FILOSOFIA, [S. l.], v. 3, n. 6, p. 93–112, 2013. DOI: 10.26694/pensando.v3i6.930. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/3187. Acesso em: 4 nov. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS/VARIA

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.