Os princípios constitutivos da laicidade aberta na era secular segundo Taylor e Maclure
DOI :
https://doi.org/10.26694/pensando.vol16i38.6758Mots-clés :
Princípios constitutivos; Laicidade aberta; Era secular; Religiões e democracia. Acomodamento razoável.Résumé
Este trabalho analisa a possibilidade de estabelecer o entendimento consensual de que a laicidade aberta opere como um fator relevante para o bom funcionamento das democracias liberais, sendo estas compostas por pessoas cidadãs que postulam visões de mundo pluralista e de vida boa distintas, para que assim vigore legitimamente na esfera pública da era secular. Portanto, a pergunta central de nossa análise é a seguinte: quais são os significados da laicidade aberta nas democracias liberais na era secular? Buscando compreender as implicações filosóficas advindas desta aporia, tomamos como fonte para nossas reflexões filosóficas os pensamentos de Charles Taylor e Jocelyn Maclure. Os filósofos canadenses não se conformam com a clássica distinção feita na modernidade para dar conta do problema, a saber, aquela que estabeleceu a distinção acentuada de ordem jurídico-política entre a separação do poder das religiões e o poder do Estado. Com efeito, buscamos examinar os debates sobre os princípios constitutivos da laicidade aberta dentro de um pano de fundo mais amplo, que engloba a diversidade de crenças e valores, quer sejam estes religiosos ou seculares no contexto daquilo que as pessoas cidadãs professam na esfera pública democrática da era secular. Procedemos nesta investigação da seguinte forma: (i) analisamos os princípios constitutivos da laicidade aberta articulados como fontes da liberdade de consciência; (ii) examinamos os procedimentos institucionais da laicidade aberta na salvaguarda dos bens constitutivos e (iii) cotejamos as ações de acomodamento razoável como equilíbrio normativo da liberdade de consciência. A partir dessa tríade, tentamos dar conta do estudo dos princípios constitutivos dos bens vigentes no regime de laicidade aberta na era secular democrática.
Références
CAMATI, Odair. O papel da religião na esfera pública: entre Taylor e Habermas. In: ROANI, Alcione Roberto; FABIAN, Eloi Pedro; CAMATI, Odair (orgs.). Estado e justiça: considerações filosóficas. Caxias do Sul, RS: Educs, 2020, pp. 119-137.
CASANOVA, José V. Genealogías de la secularización. Barcelona: Anthropos Editorial/ México: Universidad Nacional Autónoma de México; Faculdad de Ciencias Políticas y Sociales, 2012.
CECCHETTI, Elcio. Resenha: Laicidade e liberdade de consciência. In: ethic@ - An international Journal for Moral Philosophy. Florianópolis: v. 14, n. 3, 2015, pp. 490-498.
DEL RÍO, Ignacio Sepúlveda. La vivencia religiosa en el mundo secular: transcendencia e individualidad desde la perspectiva de Charles Taylor. Granada: Facultad de Teología de Granada, 2019. (Biblioteca Teológica Granadina. Faculdad de Teología de Granada, n. 45)
ELÓSEGUI, María. El fundamento filosófico de la laicidade abierta en Charles Taylor y Jocelyn Maclure versus retrocesos jurídicos en Europa. In: Anuario de Derecho Eclesiástico del Estado. [s.l.]: v. XXVII, 2011, pp. 209-253.
FRANCISCO DANNER, Leno; BAVARESCO, Agemir. O Fato do Pluralismo em Rawls: sobre a Fundamentação da Sociedade Política. In: Revista Estudos Filosóficos. [s. l.]: n. 5, 2017.
GONZÁLEZ, Andrés Murcia. MACLURE, J., TAYLOR, C. Laicidad y Libertad de Conciencia, (trad. María Hernández Díaz) Alianza Editorial, Madrid, 2011, 162 pp. In: Laicidad y Liberdades. [s.l.]: n. 11, p. 435-454, 2011.
HABERMAS, Jürgen. Entre naturalismo e religião: estudos filosóficos. Tradução: Flávio Beno Siebeneichler. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2007.
ITXASO, María Elósegui. El modelo de interculturalidad en el informe de la Comisión Bouchard-Taylor para Québec. In: Anuario de Derechos Humanos: Nueva Época. [s.l.]: v. 11, 2010, pp. 129-164.
MACLURE, Jocelyn; TAYLOR, Charles. Laicidad y libertad de conciencia. Traducción: María Hernández Díaz. Madrid: Alianza Editorial, 2011.
MÉNDEZ, Manuel Toscano. La laicidad abierta: el rapport Bouchard-Taylor y el régimen de laicidad de Québec. In: Laguna: Revista de Filosofía. San Cristóbal de La Laguna: n. 26, 2010, pp. 95-108.
RASMUSSEN, Douglas B.; DEN ULY, Douglas J. Normas da liberdade: uma base perfeccionista para uma política não-perfeccionista. Tradução: Viviane Moreira. Rio de Janeiro: Topbooks Editora, 2011.
RAWLS, John. O liberalismo político. Tradução Álvaro de Vita. ed. ampl. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2011.
RODRÍGUEZ GARCÍA, Sonia E. Buscando significados, reencantando el mundo: Ética, política y religión en Charles Taylor. Ciudad Autónoma de Buenos Aires; México D.F.; Universidad Autónoma del Estado de México: SB Editorial, 2020.
RODRÍGUEZ GARCÍA, Sonia E. Educar en la laicidad. Revisando conceptos con Charles Taylor. In: ÉNDOXA: Series Filosóficas. Madrid: n. 35, 2015, pp. 207-230.
RUIZ VIEYTEZ, Eduardo. Crítica del acomodo razonable como instrumento jurídico del multiculturalismo. In: Cuadernos Electrónicos de Filosofía del Derecho. [s.l.]: n. 18, 2009, pp. 1-22.
SCHLEGEL, Jean-Louis. A lei de Deus contra a liberdade dos homens: integrismos e fundamentalismos. Tradução: Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
TAYLOR, Charles. Imaginários Sociais Modernos. Tradução: Artur Morão. Lisboa: Edições Texto & Grafia, 2010a.
TAYLOR, Charles. Uma era secular. Tradução: Nélio Schneider e Luiza Araújo. São Leopoldo: Editora da UNISINOS, 2010b.
TAYLOR, Charles. “Por qué necesitamos una redefinición radical del secularismo”. In: MENDIETA, Eduardo; VANANTWERPEN, Jonathan. El poder de la religión en la esfera pública: Jürgen Habermas, Charles Taylor, Judith Butler, Cornel West. Tradução: José María Carabante Muntada y Rafael Serrano Valero. Madrid: Editorial Trotta, 2011a.
TAYLOR, Charles. Dilemmas and Connections: selected essays. Cambridge: Massachusetts, and London: The Belknap Press of Harvard University Press, 2011b.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
© PENSANDO - REVUE DE PHILOSOPHIE 2025

Ce travail est disponible sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International .
Consulter: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/





















