Os ribeirinhos da floresta amazônica: formação humana e emancipação nas bordas do colonialismo – Breves, Pa, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26694/rer.v4i1.12213

Palavras-chave:

Identidades culturais, Patrimônio, Território, Resex-Mapuá

Resumo

O artigo tem como objetivo apresentar reflexões acerca da formação humana e a emancipação de ribeirinhos no arquipélago de Marajó (PA). Um grupo social que para preservar o modo de vida e a permanência no território, lutaram pela criação de uma reserva extrativista, a Resex-Mapuá. Fazendo uso da metodologia da História Oral, procuramos conhecer esse processo como prática formativa/educativa e emancipatória. Entre os resultados obtidos, a partir de uma análise qualitativa, destaca-se a luta pela terra e a Resex como táticas política e simbólica com capacidade educativa e emancipatória, importante para ajudar a questionar a estrutura hegemônica colonial que os povos tradicionais da Amazônia brasileira foram submetidos ao longo da história.

Biografia do Autor

Eliane Miranda Costa, Universidade Federal do Pará

Faculdade de Educação e Ciências Humanas do Campus Universitário do Marajó-Breves

Referências

ACSELRAD, Henri. Mapeamentos, identidades e territórios. In: _______. Cartografia social e dinâmicas territoriais: marcos para o debate. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional, 2012. pp. 9-38.

ALMEIDA, Alfredo Wagner Berna de. Terras Tradicionalmente ocupadas: processos deterritorialização e movimentos sociais. Estudos Urbanos e Regionais, 6(1), 2004, p.9-32.

AMARAL, Vanessa Silva do. Instrumentos do Estado e dos Atores Sociais no uso sustentável da Reserva Extrativista Mapuá-Marajó. 135.f. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Pará, Belém, 2016.

AUTOR (2018).

BARTH, Frederick. O guru, o iniciador e outras variações antropológicas. Rio de Janeiro: Contra C’P’ Livraria, 2000. p.243.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/518231/CF88_Livro_EC91_2016.pdf.

_______. Presidência da República. Lei nº 9.985, de 18 de Julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, instituio Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências, 2000. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9985.htm.

_______. Senado Federal. Decreto legislativo nº. 143, em 20 de junho de 2002. Aprova o texto da Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho sobre povos indígenas e tribais em países independentes, 2002. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decleg/2002/decretolegislativo-143-20-junho-2002-458771-exposicaodemotivos-143060-pl.html.

_______. Presidência da República. Decreto Presidencial s/n, de 20 de maio de 2005. Dispõe sobre a Reserva Extrativista Mapuá no município de Breves, no Estado do Pará, e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, DF., 2005.

BRASIL. Atlas do desenvolvimento Humano do Brasil, 2013. Disponível em: ttp://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/presscenter/articles/2013/07/29/atlas-brasil-2013-rankings-e-recortes-principais-para-avalia-o-do-idhm.html.

BEZERRA, Marcia “As moedas dos índios”: um estudo de caso sobre os significados do patrimônio arqueológico para os moradores da Vila de Joanes, ilha de Marajó, Brasil. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Cienc. Hum. vol. 6, n. 1, pp: 57-70, 2011.

CARMO, Eraldo Souza. Processos educacionais e as estratégias de municipalização do ensino no município de Breves no arquipélago do Marajó. 2010. 206 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Pará, Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido, Belém, PA, 2010.

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil S.A, 1989. p. 315.

DE CERTEAU, Michael. A invenção do cotidiano: artes de fazer. 3.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.p.352.

CORNETTA, Andrei. Direitos territoriais nas várzeas de Breves, Marajó: novos usos da floresta e distintas percepções sobre o ambiente. Novos Cadernos NAEA, 19(2), 2016, p. 89-114. Disponível em: www.periodicos.ufpa.br/index.php/ncn/article/viewFile/2220/3916.

DELGADO Lucíola de Almeida Neves. A história oral: memória, tempo, identidades. 2.ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.p.136.

DIEGUES, Antônio Carlos Sant’Ana. O mito moderno da natureza intocada. 3. ed. São Paulo: Hucitec, 2001.p.169.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.p.184.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006.p.148.

FOUCAULT, Michael. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 29.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.p.296.

GALVÃO, Eduardo. Santos e visagens: um estudo da vida religiosa de Itá, Amazonas. Brasília: Brasiliana eletrônica, 1955.p.202.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11. ed. Rio de Janeiro: DP&A., 2011.p.58.

HAGINO, Cora Hisae; QUINTANS, Mariana Trotta Dallalana. O reconhecimento de povos tradicionais e os usos contra-hegemônicos do direito no Brasil: entre a violência e a emancipação social. Revista Direito e Práxis, 6(10), 2015, pp. 598-644. Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=350944513017.

HERRERA, José Antônio. Dinâmica e desenvolvimento da agricultura familiar: o caso de vila Amélia, Breves/Pará.120. f. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo demográfico 2010. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pa/breves/panorama.

LEITE, Etiene Lobato. Educação ambiental como instrumento de gestão na RESEX Mapuá: mediações para o desenvolvimento local. 133.f. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Pará, Belém, 2017.

MACHADO, Juliana. Salles. Lugares de gente: mulheres, plantas e redes de troca no delta amazônico. 350.f. Tese de Doutorado. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2011.

PAPA FRANCISCO. Carta encíclica Laudato Si’ Do Santo Padre Francisco sobre o cuidado da Casa Comum, 2015. Disponível em: http://www.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20150524_enciclica-laudato-si.html.

PACHECO, Agenor Sarraf. En el corazón de la Amazonia: identidade, saberes e religiosidade no regime das águas. 354. f. Tese de Doutorado. Pontifícia Católica de São Paulo, São Paulo, 2009.

PDSM. Plano de Desenvolvimento Territorial Sustentável para o Arquipélago de Marajó. (2007). Brasília, DF: Casa Civil. Belém-PA: Secretaria de Estado de Integração Regional.

PORTELLI, Alessandro. Tentando aprender um pouquinho: algumas reflexões sobre aética na História Oral. Proj. História, 15(1), 1997, p. 13-49. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/revph/article/view/11215/8223.

RODRIGUES, Neidson. Educação: da formação humana à construção do sujeito ético. Educação & Sociedade, XXII(76), 2001, p. 232-257. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/es/v22n76/a13v2276.pdf.

SANTOS, Boaventura de Souza. Poderá o direito ser emancipatório? Revista Crítica de Ciências Sociais, 65, 2003, p. 3-76. Disponível em: http://www.boaventuradesousasantos.pt/media/pdfs/podera_o_direito_ser_emancipatorio_RCCS65.PDF.

_______. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. In: SANTOS, Boaventura e MENESES, Maria Paula (Orgs.). Epistemologia do Sul São Paulo: Cortez, 2010. pp. 31-83.

SCHAAN, Denise Pahl. Cultura Marajoara. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2009.p.400.

TOCANTINS, Leandro. O rio comanda a vida: uma interpretação da Amazônia. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1973.p.422.

VIEIRA, Antônio. Cartas do Padre Antônio Vieira da Companhia de Jesus, tomo segundo, Lisboa Ocidental, officina da congregação do oratório, 1735. Disponível em: https://www.livraria-trindade.pt/pt/produtos/padre-antonio-vieira-cartas-tomo-segundo-lisboa-occidental-officina-da-congregacao-do-oratorio-1735.

Fontes Orais

Amarildo. 63 anos. Entrevista 1. [ago. de 2017]. Autor. Mapuá, Breves, PA, em 04/08/2017.

Hozório. 53 anos. Entrevista 2. ago. de 2017. Autor. Mapuá, Breves, PA, em 12/08/2017.

João. 58 anos. Entrevista 3. [ago. de 2017]. Autor. Mapuá, Breves, PA, em 12/08/2017.

Fernando. 58 anos. Entrevista 4. [ago. de 2017]. Autor. Mapuá, Breves, PA, em 19/08/2017.

Jovelino. 48 anos. Entrevista 5. [ago. de 2017]. Autor. Mapuá, Breves, PA, em 24/08/2017

Ancelmo. 45 anos. Entrevista 6. [ago. de 2017]. Autor. Mapuá, Breves, PA, em 26/08/2017.

Downloads

Publicado

2022-01-19

Como Citar

MIRANDA COSTA, Eliane. Os ribeirinhos da floresta amazônica: formação humana e emancipação nas bordas do colonialismo – Breves, Pa, Brasil. Revista EntreRios do Programa de Pós-Graduação em Antropologia, [S. l.], v. 4, n. 1, p. 23–47, 2022. DOI: 10.26694/rer.v4i1.12213. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/entrerios/article/view/5183. Acesso em: 24 nov. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS

Artigos Semelhantes

1 2 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.