Orixás, entidades e cotidiano: uma travessia etnográfica pelo candomblé

Autores

  • Joyce Costa Barbosa Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - CPDA

DOI:

https://doi.org/10.26694/rer.v7i1.5976

Palavras-chave:

Candomblé, Autoetnografia, Ethos candomblecista, Cosmopercepção, Afeto

Resumo

Este artigo reflete sobre as implicações metodológicas e onto-epistemológicas da autora numa travessia etnográfica pelo candomblé, em que se investigam as interações dos adeptos com os diversos ambientes fora dos espaços tradicionais de culto, a partir de suas cosmologias e práticas religiosas. A pesquisa autoetonográfica foi conduzida no contexto do meu cotidiano como candomblecista, incluindo terreiros na Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, além de ambientes domésticos e sociais não-religiosos. O artigo demonstra como a inserção da pesquisadora na cultura do candomblé e a compreensão da cosmopercepção são fundamentais, mas exigem uma abertura para ser influenciada pelas divindades e entidades daquele cosmos. A interação com esses seres, em rituais e na vida cotidiana, revela seu papel como agentes transformadores e ferramentas de interpretação da realidade, contribuindo para uma antropologia que valoriza essas experiências.

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Publicado

2025-02-24

Como Citar

COSTA BARBOSA, Joyce. Orixás, entidades e cotidiano: uma travessia etnográfica pelo candomblé. Revista EntreRios do Programa de Pós-Graduação em Antropologia, [S. l.], v. 7, n. 1, p. 9–28, 2025. DOI: 10.26694/rer.v7i1.5976. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/entrerios/article/view/5976. Acesso em: 19 jun. 2025.