Paulo Freire e sua antropologia filosófica em chave decolonial
DOI:
https://doi.org/10.26694/pensando.vol15i34.5545Palavras-chave:
Paulo Freire, Antropologia Filosófica, decolonialidade, ser humanoResumo
Este trabalho apresenta um panorama da antropologia filosófica de Paulo Freire partindo de uma análise decolonial, alinhavando o que o filósofo compreende sobre quem é o ser humano a partir de algumas de suas obras, refletindo sobre sua antropologia filosófica em chave decolonial. O trabalho demonstra que, apesar de Freire não estar cronologicamente ligado à epistemologia decolonial, sua ideia de ser humano e de mundo subverte a visão eurocêntrica dessas categorias filosóficas. O objetivo deste trabalho está na esfera da compreensão se Freire empreende esforços na tentativa de desvelar a lógica da colonialidade presente em sua investigação e sua análise sobre o ser humano ou não. Estudando o pensamento do filósofo é possível colocar a nu sua perspectiva de desvelamento da realidade e da força da ideologia na constituição do ser humano, decorrendo disto, as relações de opressão. Freire, em seus escritos, dá voz às pessoas oprimidas e subverte conceitos coloniais de ser humano e de mundo. Por fim, perseguindo o objetivo acima exposto, foi possível delimitar as resposta de Freire à pergunta “quem é o ser humano”: o ser humano é inacabado, inconcluso e busca o acabamento; é ser da práxis: da ação refletida, do trabalho e de transformação do mundo; é ser de decisão e de diálogo; é ser histórico e (re)criador de cultura. Essas características que compõem a ideia de ser humano em Freire foram explicitadas ao longo do texto e justificam o estudo em chave decolonial, pois Freire desconstrói a perspectiva eurocêntrica de ser humano como objeto de análise e como um ser acabado.
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