Richard Rorty e o construcionismo crítico
DOI:
https://doi.org/10.26694/pensando.vol15i34.4543Palabras clave:
richard rorty, pragmatismo, epistemologia, construcionismoResumen
Neste trabalho, analisamos a contribuição de Richard Rorty para uma compreensão construcionista crítica da realidade, em especial no âmbito da epistemologia. Entendemos que Rorty faz uma análise construcionista crítica da tradição de teorias acerca do conhecimento e da verdade, o que, como afirmamos, fornece mais elementos para a crítica da ideologia. A análise genealógica, elaborada por Rorty, dos vocabulários que marcaram nosso pensamento ocidental sobre a compreensão de nosso mais íntimo contato com o mundo, em especial o fundacionalismo que informa o conceito de verdade (como adequação), de objeto (dado aos sentidos) e de mente (representacionista) se alinha ao pressuposto construcionista de que tais vocabulários são construídos pelo sujeito histórico e depois reificados (ganhando caráter de objeto e de autonomia), e, por serem construtos, são revogáveis (podem ser modificados). Desse modo, entendemos que a concepção de verdade correspondencialista e a concepção fundacionalista do conhecimento, são fortemente dependentes de uma posição que tenta situar-se fora da história e dos jogos sociais de linguagem. Argumentamos que Rorty põe no lugar dessas concepções um princípio pragmático de observar as vantagens de uma ideia como um dos critérios de sua validade. Nessa esteira, alegamos que o principal efeito prático de uma tal crítica à tradição metafísica é, na nossa perspectiva, liberar espaço para uma democracia mais autêntica, em que as mais diversas pessoas, ideias e discursos possam ser ouvidas e respeitadas, porém sem o risco da relativização absoluta ou de um relativismo moral improdutivo, acrítico e, numa palavra, ideológico. Para sair do relativismo, Rorty tem como critério os efeitos práticos e, com base nisso, propomos o crivo do construcionismo crítico, isto é, propomos que o primeiro critério para as disputas de conhecimento seja a necessidade da compreensão sócio-histórica dos elementos em disputa, o que traz o efeito de progresso emancipatório.
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