O DECLÍNIO DO DOMÍNIO PÚBLICO E O ENCANTAMENTO COM O PRIVADO

Autores

  • Maria Cristina Muller

DOI:

https://doi.org/10.26694/pensando.v9i17.7371

Palavras-chave:

Domínio Público, Domínio Privado, Social, Hannah Arendt

Resumo

Os domínios público e privado em Hannah Arendt constituem o tema da presente investigação. Considerando a crítica de Arendt à era moderna no que diz respeito ao processo de alienação e a supervalorização dos interesses individuais em detrimento do mundo comum, contida na obra A condição humana, pergunta-se pela atualidade desta crítica 60 anos depois da sua publicação. Objetiva-se caracterizar os domínios público e privado segundo Arendt e atualizar a crítica da autora acerca da paulatina confusão entre ambos domínios provocada pela promoção do social. Arendt demonstra que, na era moderna, o declínio do domínio público foi acompanhado da valorização exacerbada do privado e do advento do social, o interesse privado sobrepujou o domínio público a ponto de este ser colonizado pelo egoísmo típico do campo da necessidade e o domínio público passa a servir como meio para atender e concretizar as satisfações pessoais. Na era moderna, o bem comum e o mundo comum passam a equivaler a soma dos interesses privados. A hipótese que guia a reflexão aponta para o total encantamento provocado pelo domínio privado e pela derrota da política provocada pelo enfraquecimento e declínio do domínio público. A pesquisa é bibliográfica e utiliza como procedimentos a leitura, análise, compreensão e reconstrução teórica dos textos de Hannah Arendt e comentadores. Assinala-se que o mundo comum permanece colonizado e os homens e mulheres que o constituem reduzidos a meros produtores e consumidores, o que permite asseverar a atualidade da obra A condição humana de Arendt 60 anos depois de sua publicação.

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Publicado

16-10-2018

Como Citar

MULLER, Maria Cristina. O DECLÍNIO DO DOMÍNIO PÚBLICO E O ENCANTAMENTO COM O PRIVADO. PENSANDO - REVISTA DE FILOSOFIA, [S. l.], v. 9, n. 17, p. 36–63, 2018. DOI: 10.26694/pensando.v9i17.7371. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/3418. Acesso em: 14 dez. 2024.

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