Capital erótico e trabalho emocional no cotidiano de promotoras de eventos: notas teóricas

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.26694/rer.v6i1.14352

Palabras clave:

Capital erótico, Trabalho emocional, Mercado de eventos, Promotoras de vendas

Resumen

Este ensaio buscou compreender como o capital erótico e o trabalho emocional operam no cotidiano profissional de promotoras de eventos. Nesse sentido, a reflexão sobre as implicações teóricas destes conceitos objetivou examinar criticamente o Mito da Beleza criado nos mercados de eventos, bem como apontar a violência simbólica que as mulheres trabalhadoras aí vivenciam. O mercado de eventos, com efeito, caracteriza-se por ser extremamente absorvente de mulheres jovens e extremamente seletivo em relação à contratação e adestramento de corpos e comportamentos tidos como fachada pública de valor comercial pelo que a trabalhadora agrega à empresa. Com base no levantamento bibliográfico e nas discussões até então realizadas, o ensaio aponta que a pressão sobre e entre as mulheres no jogo simbólico-interacional do trabalho estruturalmente organizado pelos ditames do Capital é intensa graças a uma configuração social e cultural que insiste em enxergá-las como objeto ou como uma figura submissa que deve ser capaz de reproduzir o que lhes é ordenado sem jamais reagir ou questionar. Pressão esta que se manifesta como exercício de envergonhamento sobre corpos indesejáveis e de imposição de conduta sobre corpos desejados.

Biografía del autor/a

Iáscara Gislâne Cavalcante Alves, UERN

Bolsista CNPq na Modalidade GM. Bacharela em Turismo pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).

Jean Henrique Costa, UERN

Professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais e Humanas – PPGCISH/UERN.

Raoni Borges Barbosa, FAPEPI

Pesquisador Bolsista DCR-CNPq da Fundação de Amparo à Pesquisa do Piauí – FAPEPI.

Citas

BALBINO, Isabela Santos; et al. Capital erótico: um estudo de mensuração. Nucleus, v. 18, p. 23-42, 2021.

BARBOSA, Raoni Borges. Emoções e riscos em agências de viagens em Mossoró – RN. Revista Turismo Estudos & Práticas, Mossoró/RN: v. 9, p. 1-12, 2020.

BERNARDO, Luzimar Soares. A cultura da objetificação do corpo feminino na profissão da aeromoça/comissária de voo no Brasil Republicano. In: MAIA, Andréa Casa Nova. Recortes do feminino: cristais de memória e história de mulheres nos arquivos do tempo. Rio de Janeiro: Telha, p. 319-340, 2020.

BONELLI, Maria da Gloria. Arlie Russell Hochschild e a sociologia das emoções. Cadernos Pagu, p. 357-372, 2013.

BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.

BOURDIEU, Pierre. Capital simbólico e classes sociais. Journal of Classical Sociology, vol.13, p. 105-115, 2013.

BOURDIEU, Pierre. The forms of capital. Handbook of Theory and Research for the Sociology of Education, p. 15-29, 1986.

COSTA, Jean Henrique. Trabalho, precarização e controle ideológico na economia do turismo. Revista Turismo Estudos & Práticas, Mossoró/RN: v. 9, p. 1-13, 2020.

GOLDENBERG, Mirian. Afinal, o que quer a mulher brasileira?. Psic. Clin., Rio de Janeiro, vol. 23, n. 1, p. 47-64, 2011.

GOLDENBERG, Mirian. O corpo como capital: para compreender a cultura brasileira. Revista Eletrônica da Escola de Educação Física e Desportos. Rio de Janeiro: v. 2, p. 115-123, 2006.

HAKIM, Catherine. Capital erótico: pessoas atraentes são mais bem-sucedidas. A ciência garante. Rio de Janeiro: Best Business, 2012.

HOCHSCHILD, A. R. The managed heart: commercialization of human feeling. Berkeley, University of California Press, p. 35-55, 2012.

HOCHSCHILD, A. R. The commercialization of intimate life: notes from home and work. Berkeley, The University of California Press, 2003.

MORAES, Elias Inácio. Reseña de “the managed heart: commercialization of human feeling” de Arlie R. Hochschild. Sociedade e cultura. Goiana: v. 5, p. 211-214, 2002.

ORGANIZADOR DE EVENTOS: entenda o perfil e o papel desse profissional. Copastur, 2020. Disponível em: https://www.copastur.com.br/blog/organizador-de-eventos-entenda-o-perfil-e-o-papel-desse-profissional/ Acesso em: 14 nov. 2022.

PIMENTA, Maria Alzira. Gestão de pessoas em turismo: sustentabilidade, qualidade e comunicação. Campinas, SP: Editora Alínea, p. 17-58, 2006.

PESTAÑA, J. L. Moreno; CALLEJO, Bruquetas. Sobre el capital erótico como capital cultural. Revista Internacional de Sociologia, v. 74, p. 1-16, 2016.

SANTOS, Liliane Aparecida da Silva; MARQUES, Denilson Bezerra. Mercado de trabalho, capital erótico e a tensão Eros e Thanos na atualidade. Revista Gestão Pública: práticas e desafios. Recife: v. IV, p. 148-169, 2013.

SILVA, Vinicius Nogueira. Filhas do mar: as identidades das nativas da praia de Canoa Quebrada, Aracati-CE. Dissertação (mestrado) - Programa de pós graduação em ciências sociais e humanas - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Mossoró/RN, 2021.

URRY, John. O olhar do turista: lazer e viagens nas sociedades contemporâneas. São Paulo: Studio Nobel, p. 95-115, 1996.

VILELA, Lailah Vasconcelos de Oliveira; ASSUNÇÃO, Ada Ávila. Trabalho emocional: o caso dos teleatendentes de uma central de atendimento. Cadernos de psicologia social de trabalho, v. 10, p. 81-93, 2007.

WOLF, Naomi. O mito da beleza. São Paulo: Record, 2018.

Publicado

2023-10-22

Cómo citar

CAVALCANTE ALVES, Iáscara Gislâne; COSTA, Jean Henrique; BARBOSA, Raoni Borges. Capital erótico e trabalho emocional no cotidiano de promotoras de eventos: notas teóricas. Revista EntreRios do Programa de Pós-Graduação em Antropologia, [S. l.], v. 6, n. 1, p. 150–163, 2023. DOI: 10.26694/rer.v6i1.14352. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/entrerios/article/view/5148. Acesso em: 24 nov. 2024.

Artículos similares

<< < 1 2 3 

También puede {advancedSearchLink} para este artículo.