Movimento Social e Desobediência Civil: os dilemas da Marcha da Maconha

Autores

  • Vinicius Ramos Lanças

DOI:

https://doi.org/10.26694/rer.v6i2.5752

Palavras-chave:

Marcha da Maconha, Movimentos Sociais, Desobediência Civil

Resumo

Esse artigo busca explicar, ainda que brevemente, as implicações de um movimento social baseado num hábito de consumo proibido. É preciso levar em conta as várias nuances que esse hábito envolve, incluindo a mais controversa delas, a ilegalidade. Para isso é realizada uma retomada de pesquisas acerca das formas como a cannabis é consumida no território brasileiro. Em seguida as violações legais são mensuradas e analisadas à luz da teoria política contemporânea, sobretudo diante da articulação realizada entre desobediência civil e novos movimentos sociais. Por fim são trazidas contribuições oriundas de pesquisa empírica através de observação participante nas manifestações antiproibicionistas em várias cidades e regiões do território nacional. O resultado oferece uma interpretação da dinâmica e dos limites tanto da efetivação das demandas colocadas pelo movimento social, quanto de sua organização. 

Referências

AGRIPA, A. Sociologia da Ação Coletiva. Florianópolis: Editora da UFSC, 2018.

ARATO, A.; COHEN, J. Civil Society and Political Theory. Massachusetts: MIT Press, 1995.

ARENDT, H. Crises da República. São Paulo: Perspectiva, 1972.

BECKER, H. Outsiders Studies in the Sociology of Deviance. New York: The Free Press, 1991.

BEDAU, A. H. On Civil Disobedience in Journal of philosophy. Journal of Philosophy, Stanford University, v.. 58, n. 21, 653-61, 1961.

BURGOS, R. Sem Glória, mas Com Certa Pena: Mais uma vez o Conceito de Sociedade Civil no Brasil. In: SCHERER-WARREN, I.; LUCHMANN, L. H. H. (Org.). Movimentos Sociais e Engajamento Político: trajetórias e tendências analíticas. Florianópolis: EDUFSC, 2015. p. 161-233.

CAMPOS N. Militância, Organização e Mobilização anti-proibicionista da Maconha: Coletivos, eventos e Marchas em Natal RN. 2013. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2013.

CARVALHO, S.. A política Criminal de Drogas no Brasil, do discurso oficial às razões da descriminalização. Rio de Janeiro: Luam, 1996.

CASTRO, D. O Movimento Antiproibicionista em Natal: Histórias, Atuações e Espaços. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2016.

DELMANTO, J. (Coletivo DAR) (Org.). Dichavando o Poder: Drogas e Autonomia. São Paulo: Autonomia Literária, 2016.

DWORKIN, R. Levando os direitos a sério; trad. e notas Nelson Boeira. São Paulo, Martins Fontes: 2002.

FIORE, Maurício. O lugar do Estado na questão das drogas: O paradigma proibicionista e as alternativas in Novos estudos 92, p. 9-21, 2012.

FIORE, Maurício; LABATE, Beatriz Caiuby; GOULART, Sandra Lúcia. Drogas e Cultura: Novas perspectivas. Salvador: EDUFBA, 2008.

GOLDMAN, A. Grass Roots, Marijuana in America Today. New York: Warner Press, 1980.

HABERMAS, J. Direito e Democracia entre facticidade e validade. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1997.

HABERMAS, J. Civil disobedience: litmus test for the democratic constitutional state. Journal of Sociology, Berkeley, v. 30, p. 96-116, 1985.

LACLAU, E. La Razón Populista. Fondo de Cultura Economica, Buenos Aires: 2005.

LACLAU, E. MOUFFE, C. Hegemonía y Estrategia Socialista, Hacia una Radicalización de la Democracia. Siglo XXI, Madrid, 1987.

LANÇAS, V. R. Desobediência Civil nas Democracias Contemporâneas. 2010. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Sociais) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2010.

LANÇAS, V. R. Marcha da Maconha, Transgressão e Identidade em um Movimento Social Contemporâneo. 2013. Dissertação (Mestrado em Sociologia Política) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2013.

LANÇAS, V. R. Circuitos Canábicos. In: I Seminário Integrado de Pesquisa, Universidade Estadual de Londrina, 2014.

LANÇAS, V. R. De Usuário a Ativista: o Movimento Antiproibicionista através da Marcha da Maconha no Brasil. 2018. Tese (Doutorado em Sociologia Política) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2018.

LUNARDON, J. A. Maconha, Capoeira e Samba: a construção do proibicionismo como uma política de criminalização social. In: 1° Seminário Internacional de Ciência Política, Estado e Democracia em Mudança no Século XXI. UFGRS, 9, 10 e 11 de setembro de 2015.

Downloads

Publicado

2023-12-01

Como Citar

LANÇAS, Vinicius Ramos. Movimento Social e Desobediência Civil: os dilemas da Marcha da Maconha. Revista EntreRios do Programa de Pós-Graduação em Antropologia, [S. l.], v. 6, n. 2, p. 16–37, 2023. DOI: 10.26694/rer.v6i2.5752. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/entrerios/article/view/5752. Acesso em: 21 nov. 2024.

Artigos Semelhantes

<< < 1 2 3 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.