Uso de crack, experiência espacial e sentimentos: a lugaridade fugaz entre euforia e ressentimento no Centro Histórico de Belém
DOI:
https://doi.org/10.26694/rer.v6i1.14056Palavras-chave:
Uso de crack, Lugaridade, Espaço público, DesfiliaçãoResumo
O artigo versa sobre cenas abertas de uso de crack e/ou similares, aglomerações e apropriações de fragmentos do espaço público que gravitam em torno dessas substâncias psicoativas. Ancorado em um referencial geográfico e fenomenológico-existencial, objetivou-se analisar o papel dos sentimentos na constituição de imagens e sentidos de lugar por pessoas que habitam cenas de uso no Centro Histórico de Belém, de maneira a esboçar uma geografia emocional. A partir de trabalhos de campo e entrevistas, identificou-se um contexto de vulnerabilidade e desfiliação social, onde os sujeitos estão em situação de rua ou evitam voltar para o lar. Assim, suas lugaridades são marcadas por um embaralhamento de imagens topofílicas (afetivas) e topofóbicas (negativas) em relação à cena, atravessadas pela euforia fugaz da droga, o ressentimento em torno do uso e as implicações negativas do contexto.
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