Os caminhos e descaminhos de um encontro etnográfico com a loucura

Breves notas de uma experiência em um Centro de Atenção Psicossocial situado no interior paulista

Autores

Palavras-chave:

Etnografia, CAPS, Reforma Psiquiátrica, Saúde Mental

Resumo

De acordo com os ideais italianos da luta antimanicomial, a desinstitucionalização vai muito além da retirada dos pacientes dos manicômios e hospícios. É, sobretudo, um movimento de reintegração à vida social e produção de uma alternativa, além da desconstrução de uma lógica manicomial que instalou-se. No Brasil, são inegáveis as transformações no que diz respeito à assistência aos indivíduos no pós Reforma Psiquiátrica. Sendo assim, o primeiro CAPS do país remonta ao ano de 1987, em São Paulo, na efervescência das agitações pela RPB e em um momento de redemocratização após um período ditatorial. Se constituiu como um espaço de trabalho interdisciplinar, com uma equipe composta por diversos profissionais e por, sobretudo, a valorização deles – e também como um espaço em que o esforço pela horizontalização do tratamento é visível. Este artigo objetiva descrever um esboço das distintas experiências vivenciadas neste contínuo movimento que encontra-se este CAPS do interior paulista. Este estudo compõe-se partindo de uma investigação qualitativa de inspiração etnográfica, apoiada nas visitas à Instituição e na redação do diário de campo. Entre reuniões e discussões, se estabelece a possibilidade da compreensão de múltiplas significações do sofrimento psíquico e, mais ainda, de múltiplas maneiras de conduzir o tratamento.

Biografia do Autor

Luís Antônio Francisco de Souza, Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Graduado (1987) e Licenciado (1994) em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre (1992) e Doutor (1998) em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), com Estágio Sanduíche na Universidade de Toronto, Canadá (1995-1996). Livre-Docente (2011) e Titular (2022) pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), campus de Marília, atuando desde 2003 no curso de Graduação em Ciências Sociais, desde 2005 no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais e desde 2018 no Programa de Mestrado Profissional em Sociologia (Profsocio).Chefe do Departamento de Sociologia e Antropologia (2009-2012). Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Unesp, campus de Marília (2014-2017). Pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP (1997-2003). Membro do Comitê de Seleção do Programa Internacional de Bolsas de Pós-Graduação da Fundação Ford/Fundação Carlos Chagas (2004-2009). Coordenador, juntamente com Carlos Henrique Aguiar Serra da UFF, do GT da Anpocs "Violência, Punição e Controle Social" (2013-2015). Pesquisador visitante do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA): Programa de Pesquisa para o Desenvolvimento Nacional - PNPD (2015-2016). Atualmente é coordenador do Conselho de Curso de Ciências Sociais, do Observatório de Segurança Pública e Relações Comunitárias (OSP) e do Grupo de Estudos em Segurança Pública (GESP). www.observatoriodeseguranca.org e é líder do Grupo de Pesquisa Observatório de Segurança Pública, registrado no diretório do CNPq. É membro do Laboratório de Análise de Realidades Virtualizadas da Unesp (LaReVi)

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Publicado

24.09.2025

Como Citar

DA SILVA VIOTTO, Anna Beatriz; FRANCISCO DE SOUZA, Luís Antônio. Os caminhos e descaminhos de um encontro etnográfico com a loucura: Breves notas de uma experiência em um Centro de Atenção Psicossocial situado no interior paulista. Revista Zabelê, Teresina, Brasil, v. 6, n. 1, p. 98–119, 2025. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/revzab/article/view/6490. Acesso em: 5 dez. 2025.

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